OS AMIGOS
OS AMIGOS
Deus que me proteja dos amigos, esses vermes rastejantes, vampiros sanguinolentos, filhos amaldiçoados de Satã, da Besta fera e do Capeta, mensageiros da coisa ruim, da peste bubônica, da febre amarela, da cobiça, da malícia e da traição.
Maldita hora que conheci essa corja, essa moléstia cancerosa, que infecta a célula, o corpo e a alma, de metástase medonha, de veneno nefasto que quando não mata deixa seqüelas de pus, de vômitos e de escarro na boca.
Farei promessas aos Santos, acenderei velas, carregarei a cruz pesada, rezarei o terço, o Pai Nosso, a ave Maria, usarei a Bíblia debaixo do braço, cordão de alho no pescoço, evocarei Buda, Maomé e até Cristo, mas Pai afasta de mim esses demônios peçonhentos.
Porém se ainda assim nada disso der certo, pedirei com toda fé a Deus que me faça andar com cobras e escorpiões, que me faça comer com hienas e urubus, mas que me leve para bem longe deles, nem que seja pro quinto dos infernos, pois lá com certeza ficarei em paz.
Amém!
(09 de agosto de 2005)