Administração, Escolas Clássicas e a Teoria da Contingência

As Escolas Clássicas, em geral, tratavam a administração como um processo fixo, inflexível. A administração Sistemática, especializada, generalizada por Smith, falhou. Em resposta à esta, surgiu a Científica, defendida por Taylor, que também não logrou êxito, ao determinar uma única e melhor forma de completar as tarefas de produção. Com esta abordagem, Taylor dava prioridade à área produtiva da organização, utilizando métodos que “engessavam” a administração. Este deu origem ao modelo mecanicista, na qual o homem é considerado parte da máquina.

Ao contrário de Taylor, Fayol afirma que a Função Administrativa é a mais importante de todas, contrapondo esse no que diz respeito à prioridade na organização. Diferentemente destas, Weber apresenta a Burocracia, analisando a organização em todo o seu contexto social.

De acordo com Silva (2012), em meados do Séc. XX surge algumas críticas à Escola Clássica, no tocante a despreocupação desta com os fatores humanos. A partir daí, surge a Escola das Relações Humanas, tendo como ideia central o Homem Social.

Se contrapondo, em parte, também àquela, surge a Teoria Contingencial. O ponto de partida desta é o questionamento da “melhor forma” – “Best way” – (BARRETO, 2004), pregado pela Escola Clássica. É importante salientar que, embora a crítica, esta teoria não descarta as outras advindas da Clássica; afirma que não há nenhuma universal e, a depender do contexto, usa-se esta, ou aquela.

Para Melo (2008), a Teoria da Contingência é baseada “ [...] na premissa da inexistência de um modelo que se adapte a todas as empresas em todas as circunstâncias, pois as mudanças ocorrem nos sistemas em função do impacto de determinados tipos de ocorrências.” Isto é, o comportamento da organização depende da situação em que ela se encontra.

De acordo com a Teoria Contingencial, não existe uma fórmula definida, estática, para se trabalhar nas organizações, visto estas serem “ [...] sistemas abertos, que interagem com o ambiente, sendo, portanto, dependente de variáveis situacionais, contingenciais.” (SILVA, 2012).

Ainda de acordo com Melo (2008), há “[...] uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos nas organizações.” Portanto, seu funcionamento é complexo visto às diversas mutações constantes do ambiente externo à organização.

Além da influência do ambiente externo, e o tamanho da organização – que requer um tipo de processo administrativo diferenciado dependendo de sua estrutura -, há também as tecnologias que são necessárias para a realização dos objetivos organizacionais.

Tom Burns e G.M.Stalker, citado por Melo (2008), ao realizar uma pesquisa visando conhecer a relação entre as práticas administrativas e o ambiente externo de vinte indústrias inglesas, classificaram as indústrias em dois tipos – As Mecanístas e as Orgânicas. Para estes pesquisadores, de acordo com Melo, as mecanístas são mais apropriadas sob condições ambientais estáveis, com ênfase nos princípios da Teoria Clássica - divisão do trabalho, cargos ocupados por especialistas, hierarquia, etc. Já em relação as Orgânicas percebeu-se a grande importância dos recursos humanos, visto que estes é que permite que as organizações se adapte as mudanças do ambiente – ideia da contingência -, desenvolva e aprimore as tecnologias, alcançando os objetivos da empresa.

Por fim, podemos ver que a teoria contingencial é um “mix” das demais, fazendo o uso de cada uma, ou complementando-as conforme for exigido.

REFERÊNCIAS

BARRETO, William W. Teoria da Contingência. Disponível em: < http://www.portaladm.com.br/Tga.htm>. Acesso em: 30 de Set. de 2012.

MELO, Adenilza da Silva. Teoria da Contingência. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos /26432/>. Acesso em: 30 de Set. de 2012.

SILVA, Joelma Soares da. Disciplina Teoria Geral da Administração. Fortaleza: UFC Virtual, 2012.