1 DE DEZEMBRO – O DIA DA RESTAURAÇÃO DA
INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL


Todos os anos, no dia 1 de dezembro, Portugal comemora o feriado da Restauração da Independência.
Designa-se
Restauração da Independência o retorno completo de Portugal e a sua autonomia face à Espanha, que ocorreu no dia 1 de dezembro de 1640, depois do país ter vivido um regime de monarquia dualista (União Ibérica) por um período de sessenta anos (de 1580 a 1640)
 


Rei D. Sebastião, "O Desejado"

 
Tudo começou em finais do século XVI: o rei de Portugal era D. Sebastião, cognominado “O Desejado” por ser o herdeiro esperado da Dinastia de Avis.
 
“Um rei novo nascerá
Que novo nome há-de ter
De terra em terra andará
   Muita gente lhe há-de morrer…”

                                                           (Gonçalo Anes, o “Bandarra”)

Profetizou, desta forma, o popular poeta de Trancoso, o nascimento do décimo sexto rei de Portugal – D. Sebastião, o Desejado.
 E aos vinte dias de janeiro de 1554, dia dedicado a São Sebastião, nascia em Lisboa o mais desejado dos reis de Portugal. Constituiu-se logo à nascença como símbolo da salvação do reino, de uma autonomia necessária. Nunca o nascimento de um rei tinha sido tão aguardado, com tanta expectativa, pois a ameaça da coroa ficar sem sucessão estava presente.


 



Camões lendo Os Lusíadas a D. Sebastião, na Penha Verde, em Sintra
(Camões dedicou a obra Os Lusíadas ao jovem rei D. Sebastião)

 

O nascimento do desejado D. Sebastião e os primeiros dias de sua vida vieram acompanhados de fenômenos espantosos:

"Nasceu o sereníssimo príncipe D. Sebastião de mui gloriosa memória este ano de 1554, em 20 Janeiro à meia-noite, e depois de ter nascido e deitado em um berço, acompanhado dos senhores daquela monarquia e Casa D’el-rei seu avô, subitamente se viu uma cobra enroscada ao pé do berço em que dormia o príncipe. Visto isso, acudiram alguns dos que na casa estavam e o primeiro foi um moço da Câmara, natural de Torres Vedras, e matando a cobra com um pau a lançou da janela (…). Visto o caso, se mandou chamar um astrólogo, o qual, olhando o menino, disse: «Valha-me Deus, que por este menino se há-de revolver o mundo todo»”
      (in. Códice da Biblioteca Nacional de Lisboa, Vol. 400, fl. 187)

 
Filho póstumo do príncipe D. João e de D. Joana (filha de Carlos V), neto de D. João III e de D. Catarina da Áustria, não chegou a conhecer o seu pai, que faleceu dezoito dias antes do seu nascimento. Esses dias que mediaram entre o falecimento do pai e o nascimento do filho, foram repletos de expectativa e ânsia, de uma nação receosa. Dos 10 filhos legítimos, todos morreram durante a vida de seu pai, D. João III. E o neto do rei D. João III herdou o trono com apenas três anos, após a morte do avô que não tinha deixado testamento, apenas uns registros, onde era confiada a tutoria do jovem rei à sua avó D. Catarina da Áustria. Pela avó do rei menino foi também assegurada a regência do reino, com o apoio do  Cardeal D. Henrique de Évora.
A infância de D. Sebastião foi marcada por inúmeras intrigas e tentativas de alcançar a sua tutoria bem como a regência do reino.
 
O jovem rei recebeu uma importante formação de seus mestres: o padre jesuíta Luís Gonçalves da Câmara, que dirigia e desenvolvia o espírito do jovem rei em exercícios ascéticos; Pedro Nunes, que o formava no que respeitava às ciências matemáticas e às letras; D. Aleixo de Menezes, que formou um militar valoroso, incutindo ao jovem exemplos de heróis gloriosos, o valor das armas e da coragem.
E a infância e a adolescência do inteligente e impressionável Sebastião pendulava entre a leitura de livros de História e religião e as caçadas que lhe davam enorme prazer. Revelou indiferença em relação às mulheres, o que logo passou a ser motivo de preocupação, pois o casamento era essencial para assegurar herdeiros e, assim, o futuro da nação. O resultado final desta combinação de formações foi um jovem monge-cavaleiro com vocação templária e guerreira, crescendo entre os dois partidos opostos da Corte: o que tomava o partido da sua avó, e consequentemente de Espanha, e o partido que era favorável a seu tio e à autonomia nacional.

Aos 14 anos D. Sebastião assumiu a governação do reino, rodeado de um grupo de nobres, também jovens, impulsivos, entusiastas, idealistas e habituados a ouvir as façanhas das Cruzadas e histórias de conquistas além-mar. Interiorizou como seu maior ideal a conquista dos países infiéis e o estabelecimento universal do cristianismo. O jovem monarca equacionou o Oriente, mas foi impedido devido a uma tempestade ocorrida no rio Tejo, que lhe teria afundado e dispersado a frota. A África surgiu a seus olhos, muito provavelmente como a sua maior conquista, e foi em busca da conquista desse mesmo ideal que levou D. Sebastião a lutar contra os Árabes no norte da África, em Álcácer-Quibir (e a África lhe seria fatal!)
O Senado de Lisboa pedira-lhe que, antes de partir à conquista de África, deixasse escolhido o seu sucessor. O Conselho de Estado apontou o Cardeal D. Henrique, mas em virtude da sua idade avançada era importante deixar um outro nome. A falta de consenso viria a deixar aberto o caminho ao trono lusitano a Filipe II, rei de Espanha. 

Em 1576, no Norte de África, o sultão Mouley Moluco, apoiado pelos otomanos, depôs o sobrinho, o sultão Mouley Mohammed, que pediu auxílio a vários soberanos europeus, inclusivamente ao jovem rei lusitano. Em Lisboa, o inexperiente e impetuoso D. Sebastião viu nesse pedido de socorro o pretexto que precisava para organizar o seu exército em grande escala.
Obcecado com futuras ameaças dos otomanos à Península Ibérica, às pressas, reuniu um exército de cerca de quinze mil homens, incluindo mercenários alemães, castelhanos e italianos. Filipe II de Espanha, que prometera apoiar a expedição, retirou-se, o que veio a ser considerado uma estratégia para desgastar Portugal, tendo um pacto secreto com Mouley Moluco.
O sultão deposto, Mouley
Mohammed, em troca de tão preciosa ajuda, prometeu dar a D. Sebastião “todo o litoral que ele possuía no mar oceano com seis léguas pela terra firme, com as cidades e povoações que aí havia, entre elas: Arzila, Safim, Larache, Alcácer-Quibir e Tetuão". Além disso prometeu que deixaria pregar na Berbéria a fé cristã. Mandou-lhe entregar desde logo Arzila e, finalmente, consentia que D. Sebastião fosse coroado imperador de Marrocos.


 


Batalha de Alcácer-Quibir, gravura de Miguel Leitão de Andrade, 1629

 
No dia 25 de junho de 1578, partiu a expedição com um exército de 17 000 homens e 500 embarcações para o norte de África. De acordo com a lenda, o jovem monarca levava consigo a espada de D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, bem como o seu escudo.
Pretendendo reunir-se a Mouley
Mohammed em Tânger, D. Sebastião - ignorando o conselho dos seus capitães mais experientes que recomendavam uma progressão junto à costa, com acesso aos navios e artilharia - seguiu com suas hostes pelo interior, para Arzila. O exército percorreu, a pé, os cerca de 35 quilómetros até Larache, evidenciando os primeiros sinais de fadiga. Já próximo de Alcácer-Quibir, os trinta e sete mil turcos que formavam as hostes de Mouley Moluco, aguardavam-nos, num alongamento em forma de meia-lua com mil e quinhentos metros. Sobreviventes contaram que o ataque sarraceno foi tão violento que “o ar foi obscurecido pela poeira dos cavalos e o fumo dos canhões e a cavalaria e infantaria portuguesas foram engolidas pela meia-lua marroquina, que se fechou como uma tenaz. Seguiram-se quatro horas de carnificina." Uma batalha que ficou conhecida para a História como A Batalha de Alcácer-Quibir ou A Batalha dos Três Reis (Sebastião, Mouley Moluco e Mouley Mohammed), mas nenhum dos três sobreviveu para contar a história.
Estava para sempre terminada a Batalha que, paradoxalmente, deu a morte e a imortalidade, "ao rei menino" que para sempre moraria no coração do seu povo.




Pintura que descreve o momento em que a cavalaria portuguesa
foi cercada e envolvida pelas forças muçulmanas


Disseram também os sobreviventes que “El-rei D. Sebastião enfrentou o inimigo de espada empunhada, combatendo corajosamente e que ali, na batalha, o jovem rei  acordou para a realidade, percebendo, quiçá, a dimensão das suas atitudes e tentou expiar os seus erros. Enquanto a cavalaria mourisca rasgava e dispersava as alas portuguesas, D. Sebastião defendia-se desesperadamente e quando sentiram que tudo estava perdido, perguntaram-lhe:
- Que nos resta, senhor?  E ele respondeu com serenidade: - Morrer!
Depois, lívido e resoluto, no meio do combate, a camisa manchada de sangue e de poeira, a espada na mão, acrescentou: - Morrer, sim, mas devagar."


Uma lição que as lusas gentes lembram até ao dia de hoje. Em síntese, apesar da sua pouca idade em Alcácer-Quibir – 24 anos – D. Sebastião não fugiu, não desertou do combate, não traiu. Deu uma grande lição, pôs-se à frente das tropas sarracenas, combateu com bravura, não desmereceu dos seus maiores, não envergonhou a História, a nobreza, o clero e o povo.

Sentindo-se órfão, o povo não queria acreditar que D. Sebastião tinha morrido na desastrosa batalha e que o trono ficara vago. Preferiu acreditar que aquele rei, tão desejado, havia apenas desaparecido. Um desastre que teve as piores consequências para o país, colocando em perigo a sua independência. O resgate dos sobreviventes agravou ainda mais as dificuldades financeiras do país.
 
O Desejado… Seu cognome acompanhou-o desde antes da sua concepção ao além-morte, tendo o seu nome dado lugar a umas das mais importantes expressões da espiritualidade portuguesa, o Sebastianismo*. O desaparecimento físico do jovem monarca português não o retirou dos domínios da História, elevou-o ao plano do mito. O povo acreditava que D. Sebastião havia se perdido num enevoado labirinto, na Batalha de Alcácer-Quibir, enquanto as hostes eram derrotadas, para que, na sequência do fatalismo que se seguiu, fosse possível viver a alvorada da esperança, no regresso de algo ainda maior e por viver, expresso num sentimento encerrado no coração de todos os portugueses - a saudade.





 
A  3ª dinastia (Filipina)
 

Portugal havia ficado sem rei, e este foi o maior desastre da sua História, pois surgiu o grave problema de sucessão ao trono e a consequente tomada do poder por parte do rei Filipe II de Espanha. D. Sebastião era muito jovem, nunca casara, não tinha filhos e não havia herdeiros diretos. Sucedeu-lhe o seu tio-avô, o cardeal D. Henrique, que morreu dois anos depois, sem sucessores. Surgiram então como pretendentes ao trono: Filipe II, rei de Espanha, D. António, prior do Crato e D. Catarina de Bragança. Em 1580, nas cortes de Tomar, D. Filipe II foi escolhido como o novo rei de Portugal, uma vez que era neto do rei português D. Manuel e tinha direito ao trono.

Durante 60 anos, viveu-se em Portugal um período que ficou conhecido na História como “Domínio Filipino”. O rei Filipe II (Filipe I de Portugal), e seus sucessores governaram Portugal e Espanha ao mesmo tempo, como um só país (União Ibérica). Mas, nada daquilo que D. Filipe II prometeu nas cortes de Tomar, ainda no seu mandato, e de modo mais intenso no reinado de seu sucessor, Filipe III de Espanha
(Filipe II de Portugal), foi cumprido. A governação Filipina tentou apagar em Portugal a sua identidade, os restos da sua autonomia e reduzir o reino lusitano a uma província de Espanha. Filipe II pensou até em estabelecer a capital de Espanha em Lisboa, a que chamariam “Felicitas Philippi”.
Os impostos aumentaram; a população empobreceu; os burgueses ficaram afetados nos seus interesses comerciais; a nobreza perdeu parte dos seus postos e rendimentos; as possessões portuguesas começaram a perder a sua importância comercial; o Império português no Oriente e na África precisava ser defendido e mantido, ao passo que as colônias portuguesas no Brasil eram ameaçadas por holandeses e ingleses, e a dinastia Filipina pouco ou nada fez para ajudar Portugal. Uma das poucas medidas positivas de Filipe II, foi a criação do Conselho da Índia, em 1604.





"Os Conjurados" de 1640

 

Os portugueses ficaram cansados e revoltados com a situação e, no dia 1 de dezembro de 1640, apenas quarenta homens, quarenta valentes portugueses "Os Conjurados", na maioria nobres, organizaram-se clandestinamente e, num só golpe palaciano derrubaram os representantes da coroa espanhola e proclamaram um rei português, o duque de Bragança, D. João IV (trineto do rei D. Manuel I de Portugal).
Naquela manhã, por volta de 07h00, Os Conjurados invadiram o Palácio Real de Lisboa e rapidamente controlaram a guarda.  A sua intenção era destituir a Duquesa de Mântula, vice-rainha de Portugal, em nome do rei Filipe III, e o secretário de estado Miguel de Vasconcelos, português, odiado pelo povo, por colaborar com a dominação Filipina, que tinha alcançado plenos poderes para aplicar em Portugal pesados impostos.





 Miguel Vasconcelos defenestrado da janela do Palácio Real
(Ilustração de Martine N. de Sousa
)

 
Depois de entrarem no palácio, os conspiradores procuraram Miguel Vasconcelos, mas dele nem sinal. Já tinham percorrido os salões, os gabinetes de trabalho, os aposentos do secretário de estado, e não conseguiram encontrá-lo. Miguel de Vasconcelos, quando se apercebeu que não podia fugir, escondeu-se dentro de um armário, onde se fechou, armado. O fugitivo, ao tentar mudar de posição no exíguo espaço, provocou uma restolhada de papéis. Foi quanto bastou para os conspiradores derrubarem a porta e o crivarem de balas. Foi a primeira vítima do golpe de estado de 1º de dezembro, tendo sido defenestrado da janela do Palácio Real para o Terreiro do Paço. O corpo caiu no meio de "uma multidão enfurecida que largou sobre ele todo o seu ódio, cometendo verdadeiras atrocidades, sendo deixados os seus restos mortais para serem lambidos pelos cães, símbolo da mais pura profanação."
A duquesa de Mântua foi obrigada a ordenar a rendição das forças espanholas no castelo de São Jorge, na Torre de Almada e na Torre de Belém. Pelas 10h00, o povo celebrava a revolução, que rapidamente foi aclamada de norte a sul.  O duque de Bragança, D. João IV foi proclamado rei e cognominado O Restaurador, dando-se início à quarta Dinastia, a Dinastia de Bragança.





 
- Liberdade, liberdade! Viva El-Rei D. João, o Quarto!
Gritava o povo, apoiando a Restauração da Independência.

 

Entre gritos de “Liberdade”, toda a nação portuguesa saiu às ruas, apoiando a Restauração da Independência. D. Filipe III, que se encontava a braços com uma revolução na região da Catalunha, não pode retomar o poder em Portugal.
Paralelamente, as tropas portuguesas conseguiram expulsar os holandeses do Brasil, como também conseguiram restabelecer o poder em Angola e em São Tomé e Príncipe (1641-1654). No entanto, as perdas no Oriente tornaram-se irreversíveis.
O esforço nacional em defesa da Restauração da Independência foi mantido durante vinte e oito anos, com o qual foi possível suster as sucessivas tentativas de invasão dos exércitos de Filipe III e vencê-los nas mais importantes batalhas, assinando o tratado de paz definitivo em 1668.

O dia 1 de Dezembro passou a ser comemorado todos os anos como o Dia da Restauração da Independência de Portugal, já que o trono voltou para um rei português. Continua, ainda hoje, a ser um símbolo, não só da firme vontade dos portugueses de manter a sua independência, como um símbolo da catastrófica tentativa de União Ibérica, que inicialmente parecia um negócio interessante para as elites portuguesas, mas que quase levou à destruição total do país.

A expressão “De Espanha nem bons ventos nem bons casamentos” ainda hoje lembra aos portugueses as desvantagens das uniões com o seu vizinho.
Aos Conjurados, aos heróis e patriotas do 1º de Dezembro, ao povo, a D. João IV e aos seus sucessores, Portugal deve a sua independência. A Casa de Bragança, por tudo o que já fez no passado, e por tudo aquilo que ainda continua a fazer nos dias de hoje, por Portugal e pelos valores da lusofonia, merece todo o mérito, reconhecimento e louvor. 




O reconhecimento do corpo de D. Sebastião
 

* O Sebastianismo foi uma  crença que ocorreu em Portugal depois da morte do rei D. Sebastião, na Batalha de Alcácer-Quibir. Basicamente, é uma expectativa de salvação, a esperança na vinda de um messias salvador e traduz uma inconformidade com a situação, ou situações vividas.
D. Sebastião nunca morreu na memória das gentes lusitanas, esteve sempre presente na mente do povo e dos grandes portugueses, nas artes, na música, no cinema, na literatura. É um ícone eterno e tentar explicar o que ele representa, é e será sempre uma tarefa quase impossível.
 

Apesar dos restos mortais de D. Sebastião terem sido removidos do norte de Àfrica para o Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, Lisboa, o povo, nunca aceitou o fato, divulgando o mito de que o rei se encontrava vivo, apenas esperando o momento certo para voltar a tomar o trono e afastar o domínio espanhol.
Um dos seus mais populares divulgadores foi o poeta Bandarra, que compôs inúmeros versos clamando pelo retorno do Desejado. Vários escritores foram inspirados pela saga sebastianista. E se
Camões havia dedicado a obra Os Lusíadas ao jovem rei, ainda em vida, Fernando Pessoa condensou em versos, na obra A Mensagem, toda a angústia vivida pela orfandade lusitana.
Quiçá um sentimento muito semelhante ao Sebastianismo tenha existido muito antes de D. Sebastião. Esta crença foi defendida por António Vieira em seus Sermões, difundindo-a quando esteve em missão no Brasil. 
Finalmente, em 1649, através do golpe da Restauração, o país voltou a ser independente e o Sebastianismo começou a desvanecer-se. Mas, 
ainda que os restos mortais de D. Sebastião tivessem sido reconhecidos e sepultados em Lisboa, "traziam consigo uma dúvida que teimou em persistir, de tal forma, que nem o epitáfio atesta quem o túmulo encerra: si vera est fama…"

          Mesmo depois de morto o Povo o Desejou.

                   Quiçá ainda deseje que regresse numa manhã de nevoeiro… 



Hoje, 1 de dezembro de 2012, é a última vez que se comemora oficialmente o feriado, na sequência da decisão do Governo Português de acabar com dois feriados civis (1 de dezembro e 5 de outubro) e dois religiosos (Assunção de Maria, a 15 de agosto e o Corpo de Deus, 6o dias após a Páscoa), a partir de 2013, a fim de "contrariar o risco da deterioração econômica".
Hoje, o país despede-se do feriado civil mais antigo da sua História. Hoje, vive-se um 1º de dezembro diferente, expressando solidariedade com os portugueses, que cada vez em maior número, enfrentam uma crise econômica originada pelos sucessivos, incapazes e irresponsáveis governos. Hoje, tal como em 1640, a política portuguesa depende da vontade de estrangeiros. Hoje, Portugal, tem a sua independência perdida para o mundialismo globalizador, para uma União Europeia que tenta apagar em Portugal a sua identidade e os restos da sua autonomia.
Hoje, D. Sebastião e o que ele representa, é mais necessário do que nunca.  Para os portugueses, o 1º de dezembro acontecerá sempre, e a esperança de que melhores dias virão, jamais fenecerá.  

           D. Sebastião continua sendo desejado...

                                    Quiçá ainda regresse numa manhã de nevoeiro...




 
 
Monumento homenagem aos Restauradores - Praça dos Restauradores em Lisboa
 
 
A Praça dos Restauradores fica situada no extremo sul da Avenida da Liberdade, em Lisboa. É facilmente reconhecível pelo seu obelisco, com cerca de 30 metros de altura, que tem na sua base, duas estátuas em bronze a simular movimento: o génio da Independência (do escultor Alberto Nunes) e, na face norte, o génio da Vitória (da autoria de Simões de Almeida). Nas faces do pedestal estão gravados os nomes e datas das principais batalhas da Restauração.
O monumento foi custeado por subscrição pública, aberta em Portugal e no Brasil, e gerida por uma comissão sob a presidência do Marquês de Sá da Bandeira.






Apoios / Bibliografia:
Dicionário de História dos Descobrimentos Portugueses - Luís de Albuquerque, 1994

Dicionário de História de Portugal, J. Serrão
Universidade Católica Portuguesa – Pólo de Viseu (Projeto desenvolvido no âmbito da História da Expansão Portuguesa) - João M. F. da Fonseca
 


Ana Flor do Lácio
Ana Flor do Lácio
Enviado por Ana Flor do Lácio em 01/12/2012
Reeditado em 27/02/2013
Código do texto: T4015188
Classificação de conteúdo: seguro
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