Até quando o planeta vai suportar o ser humano?

A terra é o mesmo planeta, mas não com a mesma essência, não com a mesma pureza e talvez logo não mais seja terra, não mais exista natureza. Logo, talvez, não exista o canto dos pássaros a nos despertar nas belas manhãs ensolaradas, nem a chuva para molhar o que o homem planta. O que o homem planta e o que ele mesmo destrói.

Pois esse mesmo homem, que é o ser mais dependente de tudo, abandonou seus valores e age irracionalmente cego, rumo a um destino de extinção, caminha sob pedras com sapatos de algodão, não atentando ao fato de que um dia não mais haverá algodão e os pés serão irremediavelmente feridos. Um dia também não haverá a beleza de um bosque ensolarado, o ar puro das florestas, a exuberância da natureza, sequer haverá natureza, sequer haverá ser humano.

O homem deixou-se dominar pela ganância, quer mais do que realmente precisa, destrói a confiança, se tornou incendiário dos bons sentimentos, polui a paz, desmata a humildade e destrói o amor. Aqueles que mais precisam de recursos para sobreviverem se tornaram os que menos dão valor.

A utopia do desenvolvimento sustentável só subsiste até onde não se torna um entrave para o lucro excessivo do capitalismo e até não se contrapor com os interesses daqueles que, por muito ter, se tornaram cada vez menos humanos.

Não se deve esperar e confiar somente em medidas governamentais de promoção da preservação ambiental. Praticar o ecologicamente correto é dever de cada um e não seria nada mal se os exemplos começassem pelas ações mais simples dos homens.

Por fim, sem querer inculcar sermões de moralismo, já que quase nada mais adiantaria nesse estágio avançado de devassidão em que nos encontramos, cada um deve estar consciente de que precisa responder à questão: até quando o planeta vai suportar o ser humano? e encontrar nas suas ações não só a resposta, mas a solução para o problema que ameaça a vida de todos.