Avaliação escolar - análise de duas charges

Avaliação escolar - análise de duas charges que estão neste site:

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Sabemos que o sistema educacional que temos hoje é fruto de observações da sociedade. A maneira como é feita a avaliação dos alunos é por meio da seleção, ideia essa que vem desde o século XIV e permeou até o século XX. Sabe-se que essa ideia é demasiadamente repudiada pelos teóricos desta nova geração que prega a equalização entre professor e aluno.

O professor não é mais o detentor da verdade, não é mais o sujeito que vai enxertar conhecimento no aluno como se ele fosse uma tábua rasa que seria alí incrustrada de forma passiva todo o que fosse e o que não fosse necessário para sua vida acadêmica e profissional. O professor teria que descer até o aluno para que este adquirisse conhecimento de forma construtiva, consciente e crítica, para se tornarem indivíduos críticos.

Mas sabe-se também que o problema não era o professor estar ou não acima do aluno. O problema nunca foi o professor. O problema sempre foi e será o sistema. O sistema é quem protagoniza toda essa discórdia que há entre professor e aluno, professor e gestão. E isto não está nítido no currículo escolar ou no currículo educacional do Estado, de forma que o professor implica com a gestão local e com os alunos, os alunos por sua vez implicam de modo enfático com os professores e com a escola depredando-a e fazendo inúmeras barbáries. A gestão complica a vida do professor, serviçais, vigilantes, merendeiras e todo o corpo do colégio de tal forma que não há na maioria dos casos uma união que leve o bom funcionamento da escola num todo como um corpo que necessita de todos os membros funcionando com perfeição. Faz-se lembrar que os profissionais da educação são dos mais desunidos.

Não podemos dizer que isso só acontecia em épocas passadas, pois ainda não acabou. Este fato de que o ensino público está estigmatizado como inferior e por isso inferiorizados são aqueles que se beneficiam dele. Na segunda charge, num primeiro olhar percebe-se uma imagem que nos diz algo como a situação seguinte: Alunos do ensino público não tem capacidade ou não estão qualificados para ingressar como profissional na polícia, mas com outro olhar dar a entender que a escola é quem não quer receber aqueles adolescentes como alunos. E o perfil da personagem que faz a negação é de durona, alguém com uma farda para lembrar autoridade e o seu estridente berro com um enfático “NUNCA”. Olhando por este ângulo, a escola nem sequer espera o aluno ou indivíduo da sociedade ingressar em seus portões para que comece o processo de seleção, isso ela já o faz no portão mesmo.

Hoje tem-se acabado um pouco desse tipo de acontecimento. Não se faz, mas na porta essa seleção, mas é feita dentro da escola. Na avaliação usa-se este método seletivo. Em muitas vezes esse aspecto do Currículo nem é mais oculto, faz-se às claras mesmo. Temos um problema criado pela própria escola e que pra se resolver está longe.

Na primeira charge a personagem Zezinho faz uma pergunta pertinente a professora que logo responde com uma ordem de que ele vá para a direção da escola se explicar ou se retratar. Esta charge também tem duas mensagens, uma delas é que nos faz lembrar a época em que o aluno não podia questionar ao professor nem o professor. Outra coisa é que ele fala sobre os cargos de secretário de educação ser um cargo de comissão e por isso nunca é ocupado por alguém da educação mas sim por algum político para haver a permanência de acordos políticos, por outro lado ele está nos dizendo que estes mesmos profissionais não estão qualificados para o cargo uma vez que este indivíduo não é educador. Este secretário não vai entender as nuances e facetas do cargo no qual foi colocado e é por isso que a educação vai como a cantiga da perua, de mal a pior.

A avaliação como vimos no vídeo da disciplina disponível também no site: https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=JqSRs9Hqgtc é um tipo de termômetro para medir o processo educativo, verificando onde há erros, e onde há acertos. Com os acertos para que haja a possibilidade de melhorar sempre. Com os erros para que se faça uma análise buscando qual a melhor solução para a resolução dos problemas. Se essa avaliação pudesse se estender para além dos muros dos colégios e escolas poderia começar então com os governantes e administradores políticos, pois o erro vem de cima, é possível que se concertarmos lá, concertar-se-á todos os problemas da sociedade.

José Wilker da Silva
Enviado por José Wilker da Silva em 26/05/2013
Código do texto: T4309466
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