DUAS VELHAS, TRÊS PROBLEMAS, UMA NAÇÃO.

Vivemos em tempos conturbados de reformulação social, onde há um fervilhar crescente da população brasileira que clama, quase como um slogan comercial, "O gigante acordou". Se realmente o fez, então o mesmo precisa abrir bem os olhos e ficar atento para as duas velhas do governo brasileiro: Lula e Dilma. Verdadeiramente, as "matriarcas" do maior país da América Latina.

Recentemente, em resposta aos inúmeros protestos ocorridos por todo o Brasil, a presidente Dilma Rousseff encarou reivindicações populares que vieram se arrastando com o decorrer dos tempos, onde as principais são: saúde de qualidade, investimento educacional e transporte público adequado. Três fatores indiscutivelmente importantes para a tão desejada reforma política. As propostas de reestruturação, entretanto, não foram tão satisfatórias.

A começar pelo primeiro ponto, saúde de qualidade, a solução encontrada foi a importação de médicos, principalmente de Cuba, para atuarem em nossos hospitais. Ora, se em quaisquer reportagens, pesquisas e documentários feitos sobre a saúde brasileira são apenas apresentados um fator: estrutura hospitalar precária. Por que aumentar o número de atendentes sem que haja a verdadeira possibilidade de um curso de diagnóstico e tratamento decentes?

Em seu atual artigo publicado pela revista VEJA, Lya Luft afirma que nosso país está em "falência múltipla de órgãos", um termo mais que adequado para a situação da nação verde e amarelo. Assim como a saúde; a educação encontra-se na mesma situação, senão, pior. As duas grandes matriarcas nacionais parecem ter esquecido de quem realmente coloca nos trilhos a população: os professores. Que irrevogavelmente são os cães abatidos em toda essa história. São eles que possuem salários injustos, péssimas condições de trabalho e sofrem de abusos morais. Mas no final, são para eles a quem todos recorrem.

Para o problema da educação, a presidente parece ter achado a solução mais plausível e passiva de realmente acontecer: o investimento de cem por cento do lucro dos royalties de petróleo. Porém nos deparamos com outro problema alarmante, os transportes públicos no Brasil são ineficientes e extremamente desestruturados para aguentar a demanda populacional. Como solução, Rousseff apresentou um projeto de reestruturação do transporte e um sistema de tarifa zero ou o mais próximo disso. Relativamente utópico, mas com chances de se realizar.

Quando Margaret Thatcher privatizou várias indústrias britâncias, fechou congressos e firmou impostos aparentemente absurdos para os habitantes do Reino Unido, tudo foi convergente para um problema: crise fundiária. Não apenas ela conseguiu reerguer a grande nação, como conseguiu firmá-la. No Brasil, a situação parece ser contrária, a sensibilidade política é mínima, e até recentemente, quase nenhum passo foi dado diante de tantos problemas. Precisamos, além de projetos, de coragem e afinco para a reestruturação brasileira. As medidas estão todas na mesa, cabe agora a gestão geral se levantar e fazer seu trabalho. Pois se realmente o gigante acordou, ele procura erguer sua nação, e clamar: sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor.