SANTUÁRIO DE COLABORAÇÃO MÚTUA

O ritmo acelerado do mundo atual nos obriga a viver em constante competitividade, nosso cotidiano foi transformado em um verdadeiro Coliseu, viramos jogadores vorazes com um único objetivo: sobreviver nesse ritmo lunático. Dentro desse contexto, esquecemos o valor que une todos os seres humanos: a solidariedade.

A partir da década de 70, eis que surge o meio técnico-científico-informacional. Ele uniu o mundo financeiramente, aproximou nações com ações diplomáticas, mas afastou pessoas. Sim, pois com a globalização e o consequente desenvolvimento, foi incentivado o individualismo e o mundo imerso em uma política de progresso a qualquer custo, em sua totalidade, enfadonha.

Estamos cercados de catástrofes, a cada segundo chegam mais notícias de cunho aproximadamente apocalíptico, quase necessitamos de uma dose de dopamina diária para seguir em frente. O individualismo, incentivado pelo progresso mundial, é usado como um mecanismo de defesa. Mas, por vezes, o choque é tão grande que nos deparamos com a necessidade de demonstrar compaixão. A exemplo, temos a sensibilidade geral com as vítimas, e familiares das mesmas, do acidente na boate de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.

Em meio a tantas catástrofes, deve-se esperar que todos fechem os olhos e continuem a fingir que tudo continua normal. Não, pelo contrário, como um último sopro de solidariedade, possuímos uma parcela social que realmente anseia pela mudança, chamados de palhaços de hospital, mas também conhecidos como "alegrologistas". São atores reunidos em prol de uma boa ação: animar as crianças internadas nas unidades de terapia intensiva. Um verdadeiro show de humanismo.

O que o mundo realmente precisa é de cinco minutos de descanso, estamos a mil por hora, sempre tentando revolucionar mais. Porém, nesse caminho, estamos esquecendo o próximo. Esse "eumismo" deve diminuir, nunca pensamos que nossos problemas são de menos importância que o dos outros, e é nisso que deve-se haver conscientização.

A mesma deve provir em prol da solidariedade, que pode ser exercitada com simples atos que vão desde o simples prestar de auxílio a um idoso que tenta atravessar a rua, até coisas ideologicamente mais complexas como doação de sangue. Que baixem diretrizes para que cada hospital tenha "alegrologistas" com a mesma necessidade que é preciso um clínico geral. Todas as medidas são satisfatórias para um mundo onde a competição entranha-se nos fundamentos do ser humano, tentando acabá-los.