AS NOVELAS DO BRASIL

Fico me perguntando se os autores de novelas e filmes tem noção da responsabilidade que lhes recai sobre os ombros.

As novelas e filmes, entram pelas órbitas dos incautos expectadores, causando diversas sensações e sentimentos.

Se é um filme de ação, correspondemos com adrenalina e se nos envolvemos com o filme, invariavelmente saímos do cinema sorridentes e "vencedores". Assim funciona com a comédia, com o romance ou outros gêneros, inclusive o terror.

É claro que todos somos livres para vermos o gênero que escolhermos, mas independentemente do que possam causar à" nível de" intoxicação mental, (sob o ponto de vista espiritual), o que tem chamado a minha atenção é o rumo que as novelas brasileiras tem tomado.

Alguém notou que desde "Avenida Brasil", vários parâmetros de civilidade vêm sendo quebrados?

Em Av. Brasil era comum a traição, trocas de casais, triângulos amorosos, torturar, matar, e até enterrar pessoas vivas! Tudo movido pelo dinheiro e poder...

Agora, novos casos: Na novela das sete, dois personagens passaram pelo susto de descobrirem-se irmãos, depois de quase se casarem!

O público sabia que o "incesto" era falso, mas os personagens não.

A novela das nove é absolutamente amoral...

O patriarca de uma família tem casos com várias mulheres e a nova amante, na verdade, só quer vingança e mesmo tendo um filho dele, pretende matá-lo!

Outro personagem, casado com uma mulher, tem relações com ela e com um homem. Ela, por sua vez, traz um amante para a própria casa.

Alguém abandona uma criança no lixão em Av. Brasil, agora jogam um bebê na caçamba do lixo.

Irmãos contra irmãos até a morte...

Uma relação à três , envolvendo uma criança, uma suposta barriga solidária e mais traições.

Uma funcionária de hospital que "apanha" consensualmente do namorado dominador.

Suposto incesto entre pai e filha, que mesmo que seja negado posteriormente, já cumpriu a sua meta de deixar a idéia no ar.

O hospital então! Um verdadeiro motel, onde os personagens se pegam em salas e até estacionamento.

É claro que ficção é ficção. É óbvio que diversão é diversão. E se o autor escreve essas cenas é porque dão Ibope...

Ou será que essas situações começam a refletir a realidade humana?

Até onde é saudável tornar natural a falta de moralidade?

Porque o povo, maciçamente bombardeado com essas situações há com o tempo de achar o incesto tão natural, como acha hoje a traição... E assim por diante.

Será que os autores têm noção da arma que carregam na ponta dos dedos?

Agatha Christie escrevia brilhantes suspenses. Haviam mortes, traições, mas nada que se comparasse ao rompimento total das fronteiras da dignidade humana que as novelas brasileiras tem trazido.

Existem limites que o próprio homem delimitou através dos séculos para a boa convivência. Limites que foram divisores entre os homens civilizados e os da caverna...

Não sou moralista, mas não acho saudável uma criança crescer vendo na tv Sodoma e Gomorra e Galígula...

Peguei pesado? Pode ser... Só o tempo dirá aonde iremos parar.

Claudia Ferrante
Enviado por Claudia Ferrante em 15/10/2013
Reeditado em 31/01/2014
Código do texto: T4526513
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