O cão de Ulisses - ao fim destaca a presença de Argos em Ítaca...

Autora e interprete de conto: Larissa Castro Ortiz

Um cão que aguardava seu dono há anos, desde quando Ulisses partira para a guerra contra Troia. E nunca mais voltara, até que um dia, Argos já cansado, deitado, com os pelos já envelhecidos, escutava passos.

Mas, para ele, aqueles passos já eram inconfundíveis e logo suas orelhas e levantavam e seu rabo disparava esperando que fosse mesmo Ulisses, seu dono, o único que Argos ficava com a euforia ao ver.

Então, quando Ulisses se aproximava e olhava para Argos, aquela voz e olhares eram inconfundíveis naquele corpo de Velho em Ítaca. Argos tinha certeza de que, em sua frente, estava seu tão amado dono.

Seu coração palpitava e pulsava tão depressa, deixando a emoção tomar conto de seu corpo e Argos, já muito gasto, falecia diante de tamanha emoção ao ver quem ele tanto esperou por anos.

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Interpretação a partir do Conto Argos, o cão de Ulisses, de Homero, cerca de 850 a. C., Jônia. Trad. Carlos Alberto Nunes. In. MOREIRA DA COSTA, Flávio (Org.) Os melhores contos de cães e gatos. Ediouro, 2009, p. 19-20.