Balanço de final de ano II

Correria, calor, novos espaços, vida de cigana, ausência de mãe, presença de amor.

2013 foi um ano atípico. Mais uma perda inesperada. Mais saudade e uma certa sensação de inutilidade. Por outro lado, envolvimento a beira do caos prá me sentir “andando” ... e andei. Percorrí novos caminhos, abrí brechas nunca antes imaginadas. Recriei minha vida. Não havia outro modo! Coisa do tipo: “ou pegava ou largava”. Peguei! Peguei, muitas vezes com as mãos trêmulas, o que estava por vir ou, ouvindo a minha alma, o que havia sido deixado prá mim. Corri muito, esvaziei cômodos, expurguei tudo o que não tinha mais sentido, abrí espaços para o novo. Penso que crescí. Aprendí a amar mais e mais as plantas, a cultivar o que já estava enraizado para que a energia retornasse com mais vigor. Aprendí a conviver com cachorros e fazer deles meus companheiros. Tive certeza de que 24 horas é muito pouco para o que eu quero fazer todos os dias mas, em compensação, que eu tenho utilizado essas 24 hs da melhor forma que posso. Já não me importo mais com poeira, folhas caídas no pátio, roupas por lavar. O tempo virá e o importante é a alma branda e tranquila. Tudo a seu tempo.

Aprendí que o “meu lugar” é o lugar em que estou agora e que todas as frescurinhas que eram indispensáveis passaram a ser, em muitos casos, supérfluas. Hoje sou capaz de viver somente com uma mala, mas continuo não deixando de vibrar com os meus quadrinhos, livros e balagandãs que me acompanham há muitos anos. Algo um tanto estranho, mas real.

Não obtive sucesso em alguns esclarecimentos que, no ano passado, eram extremamente importantes. Hoje eles não me dizem praticamente nada, já que aprendí que há pessoas com coração duro que não conseguem fazer juízo de valor nos dois lados. O meu lado está bem, graças à Deus, à mim e a todos os que me acompanham.

Meus amigos continuam os mesmos – ternos, próximos e bem-humorados. As brincadeiras continuam e as falas não são mal interpretadas. Como sou feliz por isso.

Continuo vivendo no meu mundo real e, vez ou outra, no de “faz-de-conta”, o que me confere uma loucura nem sempre entendida.

Neste ano não tive tempo para as minhas “artes” mas, em compensação, trabalhei com afinco num modesto projeto e obtive sucesso além do esperado. Escreví algumas crônicas, poesias e artigos prá não deixar de ver a vida mais colorida. Definitivamente não sei viver sem escrever!

Conseguí enxergar a lua cheia inúmeras vezes, vibrar com ela e acenar para revoadas de pássaros com um sentido que ficará para sempre desde o último dia 21 de agosto.

Ouvindo muitas vezes que tenho um gênio forte, aproveito este balanço prá deixar calar qualquer interpretação a respeito, pois o gênio forte é herança genética e nunca pensou em machucar, triturar ou fazer mal a quem quer que fosse. Interpretações ficam à disposição de cada um. Um direito muito particular e ponto!

Hoje faz 4 meses que a D. Nita partiu. Talvez pela data eu tenha me permitido parar para escrever este balanço, porque ela foi a pessoa mais intensa na minha vida em todos os sentidos. Por ela continuo rindo, chorando, trabalhando e amando. E como tenho feito tudo isso.

Por isso e por tantas outras coisas, 2013 VALEU!

Aos meus amigos, familiares e companheiro o meu desejo profundo de um Natal iluminado, com energia boa que afaste os maus sentimentos e um Novo Ano renovador, com mudanças benéficas e valores realmente essenciais.

20/12/2013

Rosalva
Enviado por Rosalva em 23/12/2013
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