Um simples mortal

Hoje acordei decidido á mudar, comecei por um sorriso

Sai portão á fora e disse bom dia pra todos que me ouvia

Reguei as flores, fui ao trabalho caminhando pra chegar atrasado

Cantei versos de protesto ao meu chefe, ele nem gostou,

Subi no muro e gritei: EU ME DEMITO...

Comecei a caminhar pela rua e ouvi alguém dizendo meu nome

Eu afortunado ajudei pessoas nas ruas, doei meu tempo a um estranho,

E nem pedi nada em troca, estendi a mão aos oprimidos,

Ofertei todo meu dinheiro a uma igreja, almocei na lixeira com meus novos amigos,

Percebi que havia alguém me seguindo.

Corri nu escuro, fui roubado e levaram minhas melhores idéias,

Tomei um susto ao ser aplaudido por ter salvado um cachorro em apuros,

Tomamos banho no chafariz da praça, e corremos da policia.

Senti-me na necessidade de ajudar os garis da limpeza urbana, depois do trabalho,

Fiz companhia a um trovador solitário, ele me falou sobre um jardim iluminado por velas brancas, lá era onde tudo começava e certamente quando voltasse tudo terminaria...

Num momento seguinte decidi vender uma palavra rara (amor) pra comprar uma pouco de tempo de reserva pra usar quando eu fosse auxiliar os médicos na cura do HIV,

Mas fui surpreendido e abraçado pelo frio do destino, gritei bem alto que queria ficar,

Era meu dever ajudar, eu devia me sacrificar, eu queria que o cheiro das flores pairasse pelo ar, eu devia dizer á todos pra se amarem sem egoísmo, não era ironia nem eufemismo, era o necessário, era imprescindível...

Eu havia demorado? Na verdade eu estava com sono, todos nos estamos cansados

Nem sempre estamos preparados, isto é, cedo ou tarde chega o dia.

As surpresas do destino nem sempre são boas e minha historia foi apenas mais uma no quadro negro da vida.

Amado Vyden...