Ladrão que delata ladrão tem alguns anos de perdão
"Fofoca", alcaguete, "X-9" e finalmente a delação premiada, todos esses foram e são artifícios utilizados para se livrar ou mesmo atenuar punições. No caso da delação, ela tem funcionado como importante instrumento para investigar máfias como a da Petrobras e punir o máximo de envolvidos. Para além disso, a delação também pode elucidar crimes que já prescreveram, mas que ainda necessitam de esclarecimentos como os assassinatos e torturas do período militar.
Para alguns, a delação premiada é uma espécie de traição. Porém, parafraseando o ditado popular:__ Ladrão que delata ladrão tem alguns anos de perdão. Sendo assim, para o judiciário é mais interessante conceder benefícios ao delator e autuar a maioria ou todos os envolvidos. Esta ferramenta pode e deve ser usada na elucidação, principalmente, de crimes contra a sociedade e os cofres públicos.
Sendo assim, vale ressaltar o escândalo da Petrobras em que o ex-diretor Paulo Roberto aceitou fazer o uso da delação premiada, e já citou 62 políticos nos inquéritos e entre eles está o presidente do senado Renan Calheiros. No entanto, a delação tem como função esclarecer os inquéritos, ou seja, são raros os casos de extinção de pena, dependem portanto da interpretação do judiciário.
Outro fator fundamental é a investigação rigorosa do que for delatado, pois já que se foi antiético cometendo o crime, também pode ser delatando os comparsas. Cecília Meireles em um de seus poemas dizia que para livrar-se das penas, valeria até acusar o próprio pai. Então, cabe à Polícia Federal e ao Ministério Público ratificar ou não as informações do delator.
Portanto, a utilização da delação premiada é uma boa alternativa contra os crimes, principalmente os de corrupção. Porém, deve-se investigar com cautela. Logo, crimes como o esquema da Petrobras poderão ser investigados e os envolvidos podem ser punidos no rigor do Código Penal Brasileiro.