Por um mundo vivo...
Às vezes pensamos ser preciso começar de novo o mundo. Voltar no século XV, ser europeu e desistir de dominar os povos americanos; ter poder e ser, naquele contexto nada favorável, um partidário da liberdade e dos direitos humanos. Ou então, é preciso nascer de novo presidente no início do século XX, e iniciar dalí um verdadeiro projeto de nação.
Contudo, não há outra forma de enxergar os erros senão quando eles já existem. A opção pela democracia apenas nasceu, no íntimo das instituições, a partir do privatismo do poder, da escravidão, ou do totalitarismo.
O mundo é um organismo histórico como cada ser humano. É, ainda, produto do que somos e realizamos. À medida que o mundo íntimo do homem evolui, o mesmo ocorre com o planeta.
Assim, talvez não seja oportuno começar de novo o mundo, se entendermos que a história não é linear. Se admitirmos que ela é cíclica, certamente este é o momento de recomeçarmos o mundo; dar saltos nos lugares em que se estacou no passado; revisar as conseqüências de decisões e atos.
Talvez, então, não sejam impossíveis as mudanças no presente. Basta que cada um faça o que lhe cabe fazer, o que nada ou quase nada se fez no passado; que seja pouco ou muito, grande ou pequeno, não importa. Todos nós somos uma célula desse organismo histórico que é o mundo.