Qual é o limite da nossa inocência?

O mundo está mudando cada vez mais rápido e, as pessoas também; exceto em algumas regiões do oriente médio e em outras nações que acreditam que vivem em um “ socialismo”. Por isto é necessário que se atualizem as suas legislações vigentes, logo, se mentalidades, comportamentos, situação econômica e hábitos corriqueiros se alteram por que não mudar uma lei desatualizada? Aos dezesseis anos já somos “capazes de escolher” nossos representantes no legislativo e no executivo, entretanto, com esta mesma idade não “podemos responder” pelas nossas infrações criminais. No mínimo há uma incoerência constitucional. A criminalidade sempre estará presente em todos os tipos de classe social e em qualquer faixa etária de idade, pois é algo inevitável, porém, já está na hora de pararmos de “ passar a mão” nas cabeças dos nossos jovens.

Os avanços tecnológicos estão cada vez mais presentes em nossos cotidianos; facilidade para realização de quase tudo. Tudo ou quase tudo estar em nosso alcance. A disseminação das informações, de todos os temas possíveis e imagináveis, nunca esteve tão acessível. A educação familiar, base para o convívio social, nunca esteve tão fragmentada. Pais distantes de filhos, o Estado não cumpri com suas obrigações básicas, imaturidade ou expressões populares do tipo: “isso são coisas da idade”; “ argumentos “ clichês como estes podem pesar a favor de muitos jovens delinquentes. É claro, que quem se beneficia destas desculpas é uma minoria dos adolescentes brasileiros, isso levando em conta a totalidade da população jovem do nosso país. A outra grande parte, sofre com todos esses problemas.

Um fator importantíssimo e pouco levado em consideração sobre esses jovens infratores são as suas capacidades de distinguir o “certo” do “errado” do licito ou ilícito, do legal e o ilegal em fim, todos nós sabemos que matar é errado, todos nós sabemos que roubar é errado, não se pode haver privilégios para quem tira uma vida ou quem comete um estrupo, por exemplo. A Constituição Federal, entende e dá o direito de “escolha” para o jovem que queira participar das votações eleitorais. Escolher o futuro, politicamente falando, do nosso país um adolescente é extremamente capaz e maduro, porém ser responsável por crimes, esta mesma constituição não interpreta que seja capaz. Estranho né?!

Não se pode fazer vista grossa para um criminoso só porque ele é um jovem de 16 ou 17 anos. Será que só é possível ser responsável a partir dos 18 anos? Maturidade, honestidade, respeito e responsabilidade não tem limites de idades para serem alcançadas. É simplesmente uma questão de escolha.

A sociedade muda o tempo e os seus líderes políticos, religiosos e familiares não devem menosprezar esta fragrante realidade. Não faz sentido e nem é aconselhável que se aceite uma cultura da “liberdade juvenil”, onde tudo é compreensível e aceitável em virtude da “inocência”. O Estado pode e deve ajudar, a família e a religião, também na educação do adolescente responsável, contudo, a decisão para qual caminho seguir sempre será dele.