Os jovens, as mazelas sociais e a sociedade contemporânea

Discute-se, atualmente, a conveniência da redução da maioridade penal, aclamada pelos crescentes atos infracionais cometidos pelos jovens brasileiros. O fato é que os primeiros indícios dos desvios de conduta revelam-se, prematuramente na infância, seja na escola, no lar ou seja entre amigos, de forma voluntária e sem razão aparente. Com pesar, o ato ganha descaso no seio familiar, agravado pelos maus exemplos vivenciados na infância. Desse modo, tendem a culminar no desvirtuamento dos valores universais na fase mais delicada e peculiar da existência humana.

O papel dos pais na educação infantil é o grande viés da caminhada evolutiva dos filhos. A fase escolar requer depuração e fiscalização constante por parte dos criadores, tanto do conteúdo propedêutico, quanto da formação da psique infantil, além disso, o convívio social em que o jovem esteja inserido é o campo fundamental para a formação da personalidade. Com efeito, todas as informações recebidas na infância definem o caráter, as virtudes e os valores que farão parte do comportamento do homem, na vida, na sociedade, no trabalho e na construção da família.

Hoje, o país alcança a quarta maior população carcerária no mundo, o que não reflete a garantia do progresso reeducacional do sistema carcerário. Ainda assim, os investimentos do governo na educação, em princípio, seriam suficientes para o setor, no entanto, os desvios de verbas, a baixa remuneração dos professores, entre outros empobrecem o ensino no Brasil. Não obstante, as classes menos favorecidas, não têm as mínimas condições financeiras para arcar com os altos preços do ensino no setor privado.

Por conseguinte, os estudos pelo controle da natalidade no Brasil gerados por pesquisadores, cientistas e estudiosos são reveladores e importantes. Sabe-se, pois, que o Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010 previa o crescimento populacional para o futuro recente, o que, de fato, hoje, se confirma com a entrada de imigrantes haitianos, angolas, entre outros no território brasileiro e as crescentes taxas do crescimento vegetativo. Desse modo, vive-se um sufocamento sem precedentes, o que trás à tona problemas como o desemprego, a escassez de água, os despejos de resíduos sólidos na natureza e os impactos ambientais causados pela necessidade da construção de usinas hidrelétricas, para que possa suprir o consumo desenfreado de energia.

Portanto, repensar a política migratória e as taxas de natalidade crescente sanariam as atuais crises sociais que, hoje, o Brasil enfrenta. Ainda assim, a criação de políticas voltadas à inserção dos jovens no mercado de trabalho os tornariam capazes de desenvolverem suas metas e desafios pela elevação da autoestima. Nesse passo, a aplicação de medidas socioculturais e artísticas nas comunidades, além de programas que busquem talentos no esporte, podem alavancar-se através do legado deixado pelos grandes eventos esportivos ocorridos no país, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Basta de seguir o caminho óbvio da lei para punir quem a vida deu caminhos diferentes, é preciso construir um futuro pela cultura de paz, pela valorização da vida, da ordem e do progresso.