Uma redação por um amôr aos Animes Japas - I

Ôôiêê! - Diria a personagem Lime das Saber Marionettes!

E agora chegou a minha hora de dizer uma prosa, como uma redação exigida pela professora numa escola quaisquer. E uma redação tá ótimo pra mim! Vamos nessa...

O que me magoa é saber que a cultura japonesa do anime é pouco ou quase pouco admirada num país latino e distante como o Brazyl ( e escrevo Brazil assim por falta de crer nas instâncias e erros nacionais que já duram décadas, infelizmente, mas isso é propósito a ser explicado bem melhor numa crônica que eu fizer, quem sabe? ) o qual é desprovido de tudo menos cabeças pensantes. Muito que sei de nossa paixão latina, latinidade piegas diga-se de passagem, é que tem havido convenções, festa de Cosplayers aqui e ali, paixonite por mangás de todo tipo que chegaram com atraso ENORME por aqui, etc. Esse povo que tem no anime uma paixão diletante tem dentro de suas fileiras aqueles mais velhos que idolatram os antigos animes classudos há mais tempo que todos. E eu me incluo nessa categoria, já que tenho 52 anos de estrada e muita televisionite(!) alienada ( fazer o quê, mas não sou e nunca ficarei xiita por isso... ); no sangue de nerd eterno que sou, e muito do que vi e que ouço até hoje me incomoda sempre.

Os mais velhos - na faixa dos 50 a 65 anos, já fósseis por excelência natural - ficando alguns presos no passado da TV à lenha que nós tivemos aqui ( entre 1950 a 1973 ) e se acomodaram em seus palácios de xiita afetação - dizem que o melhor se foi e não adianta. Os animes e seriados contam, mas aquela época foi divertida, porém custou a passar o amôr dessa infância. No meu caso fiquei sempre na berlinda, sozinho curtindo aquele momento passado, porém, sempre À mercê de novidades e esse é o meu jeito de ser desde pequeno. Nunca me aliei aos gostos dos outros e, sim, vivi a época mais cheia de entretenimento televisivo de todos os tempos! E não fiquei preso à ela, felizmente...

Curti tudo: seriados, filmes mudos, desenhos americanos, sessões da tarde e principalmente os desenhos japoneses da hora. Speed Racer e Fantomas eram o café da manhã de todos nós, uma paixonite explosiva pra se fofocar nas escolas e entre amiguinhos antenados ( não é culpa minha minha ter bordões e gírias de todas as décadas que passei incólume e vacinado contra, mas gosto de ser assim ) ou ninguém dormia no ponto. Sério mesmo!

Minha infância foi a dos meninos de apartamento, classe média, como muitos que conheço atualmente e com a mesma idade. Víamos TV e cinema, entretanto a curtição eram os japa, entre National Kid a Guzula, Sawamu e Robô Gigante, Superdínamo e Fantomas, todos que podíamos enumerar em nossos dedos infantes. A TV nunca foi tão divertida, menos sacana, do que antes teria sido e depois. Mas eu fui criado à parte e sei que amei muito isso tudo e que traí alguns amores de TV de outrora. E agora vem outros do meu tempo a dizer que o melhor se foi há muito e ficaram aprisionados em seus fetiches infantis, que não largam nem numa discussão e nunca aceitam mudanças. Isso foi em parte uma culpabilidade dos anos 80 que se seguiram ao ostracismo de se ver TV com olhos mais adultos, entre os anos 70 e agora. O tempo passou mas a paixão rôxa por aquilo tudo ficara! Pena que nem todos são livres pensadores e livres de suas neuras antigas infantis. Eu diria que parte de minha geração se tornou adulta demais, na pressa daquele tempo em que ser criança em fase teria de passar o seu tempo de ser com mais rapidez e urbanidade moderna.

Tirando fora os rigores das escolas e dos professores impiedosos educastradores de então, fomos felizes a certo ponto. E a geração daquele momento sequer imaginaria que rumos a TV tão boazinha tomaria. Hoje tudo pasteurizado e polititicamente correto, eu diria. Porém, como tudo na vida, o tempo se esticou e a demanda por diversão caiu na mesmice, no vir-a-ser eternizado, naquilo que a extinta TV Manchete ( apesar de seu surto de animes "bons" na programação - 1983 a 1989! ) pouco proporcionaria anos depois. Minha geração se tornou alienada nas penumbras de uma TV antiga, valvulada, P&B e agora mito e história entre nós. E o pior ficou em nossas mentes: não aceitar o que vier e as novidades! No entanto eu nunca fico assim, desde criança acostumado a ver as dinâmicas da vida e das coisas serem o que é. Estive alerta aos sinais de ranço entre nós desde 1975.

Por isso, naquelas horas de mormaço de programas assaz repetidos Ad Nauseam (termo latino pra enjoado mecanismo de repetição da mídia, se acaso entendem o que digo!); como disse antes, ficamos à mercê de uma era de desfeitas no Sistema de sempre que nos cerca.

As novidades sempre me interessaram, desde que Fantomas sumiu e surgiu a era da retardadice mental de alguns desenhos ( cartoons ) da Hanna Barbera ou da Harvey e que, apesar de tudo e de meu crescimento íntimo, ainda gosto bastante. Não critico gostos pessoais, mas tenho de dar o braço a torcer, além do nariz, no que muitos de minha geração ficaram, tão acomodados ao passado, e não admitem boas novas, mesmo que as posteriores mais artísticas e elevadas. Os animes de hoje são um exemplo, mas gosto imenso deles desde sempre, e outros sequer admiram essa arte ilusória - ou divertida - oriental de agora. Ficam muitos a dizerem que hoje só tem lixo, mas ignoram o joio superior. E até concordo, visito que temos Pingu, Peppa, Padrinhos "Trágicos" ( que até gosto um tanto, quando bem roteirizado e que não afete a mente infantil, por assim dizer ) e alguns desenhos feitos em computação gráfica que facilitam em muito o idiotismo piegas de alguns programas de Televisão de hoje em dia. "Se tirar o que não presta não teremos o que se empresta ou possa ser útil, ou mero lixo!" - diria um editor sagaz de alguma TV por aí. E, realmente, estamos à mercê de "unir o útero sujo ao desagradável" - como diria um Punk acostumado com a mesmice do Sistema que nos cerca.

A TV aliena mesmo, e temos provas disso. E o passado, por ser diferente e ilustre, não escapou aos interesses mórbidos dos sempre antipáticos editores, resenhadores e pseudo-intelectos de bastidores.

Tem de alienar pra conquistar elegantes patrocinadores, que a todo custo injetam recursos alienantes ou acachapantes na mídia. O Sistema se perpetua e as crianças são o alvo e estas crescem ambientadas no exclusivismo, na paixonite de suas "falsas" necessidades criadas ou tornam-se adultos de "xiita" fanatização. Nunca caí nessa e nem engoli lorotas piores que a que nos impingem pra sempre. Sempre me pautei por procurar coisas novas, até mesmo em enciclopédias, livros e revistas de antes do surgir da Internet a qual me resfria meus anseios por boas novas, jamais fazendo a cabeça por outro viés. Uma coisa só.

Agora tenho ao alcance essa maravilha de desenhos da infância, os mais antigos, colecioná-los e fazer com que outros aceitem as fúteis mudanças na mídia, e não tem jeito. Não é culpa minha que tudo muda e o passado, que foi bom de certas maneiras lúdicas, tem sempre que emergir e contemplar. As coisa boas se vão, admito, mas não devemos ficar presos ao passado. E os animes não são exceção. São o que são, sempre mutáveis, mas adoramos os antigos mesmo assim.

Posso admitir mais uma vez que gosto do passado remoto, do tanto que me divertia nas tardes do dia, mas jamais ficarei ponderando se o que foi é melhor ou não. Não fico alheio ao que se perdeu, nas tardes inúmeras desperdiçadas, contudo aceito sempre o que vier eternamente. Gosto da atualidade, de Naruto à Claymore, não importa, e a cada dia "baixo" da Internet ( "downloaudeio", argh, via WEB ) mais e mais animes de minha predileção incorrigível. E, como sempre é de meu feitio mudar e aceitar, que admito idem estar entre dois fogos. Posso estar velho, tio, sei lá o quê. E, no entanto, sei do que faço e sempre gostei do que vi, mais do que quando tinha 12 anos!

Os meus amigos desse tempo da TV à lenha são assim, perdidos na memória, mas jamais dão um braço a torcer e sequer aceitariam admirar as "obras-primas" do presente. Apesar de uma Nausicaa e Totoro, nem todos rejeitam a revolução que os animes só agora nos atingem. Nacionalmente, claro, me preocupo com a invasão estrangeira, mas é inevitável os seus rumores e façanhas. em outros tempos não seríamos tão atacados por essa coisa boa que admiro até a medula! Que venham animes! Que se toque que isso deve de vir, mesmo que cartoons assim abalem o fanatismo de nerds, otakus, videotas e tudo mais...

Temos entre nós boas convenções, encontros e reuniões dos fanáticos por anime, mangá e cartoons. Todos estão conscientes de que isso é bom, dinâmico ou socialmente sadio. Que seja! Mas entre alguns de nossa "turma" tem sempre o vácuo de desinteresse e isso não mudará. Mas a minha promessa de 7 anos de idade ficará: "gostar de tudo que vier aí - dos desenhos a seriados, até quando chegar à velhice. E pouco me importa os cães que ladrarem pra mim"! Dito e feito, mas não me alonguei bastante aqui...e tem tanto a ser dito...

Francisco Carlos Amado e Videota emérito
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 06/08/2015
Reeditado em 06/08/2015
Código do texto: T5336841
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.