Imposto sobre a burrice

Estão falando muito sobre a mega-sena, que acumulou mais do que nunca (200 milhões, não é?) o que incita pessoas a jogar mais vezes e maiores quantias, de olho na fortuna imensa (que depois irá se tornar um grave problema, acarretando risco iminente de vida).
As pessoas deviam entender sempre uma verdade fácil de constatar: a lógica do jogo não é ganhar, é perder. Se fosse ganhar, ninguém bancaria.
Em diversas ocasiões, quando eu declarei que não jogo, tive de escutar esse argumento cretino:
"Se você não jogar, não vai ganhar nunca!"
Ora, é claro que não, mas entenda-se que é uma questão de princípio. Jogo é vício e eu não quero ficar rico dessa forma, prefiro morrer pobre, que é o que vai acontecer.
O Padre Antonio Vieira, escrevendo sobre o assunto, lembrou que na melhor das hipóteses - isto é, ganhar - você ganha o que os outros perdem, ganha o que foi tirado do leite das crianças em tantos lares arruinados pela febre da jogatina. Essa febre que arruinou inclusive celebridades.
Por isso eu costumo dizer que o jogo é apenas mais um imposto que o governo nos cobra: o imposto sobre a burrice.
Desculpem a minha franqueza...