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Olha o Brasil está ganhando da Argentina, o placar é 6x1. A torcida toda eufórica grita: Olé,olé temos Pelé. E eu no banco da padaria engulo meu café frio. Nunca vi tantas palmas sem som. Assim na ausência dos fatos em minha volta, levantei, morrendo de medo de não sentir o chão. Perguntaram-me algo, sinceramente só enxerguei as bocas se abrindo e fechando. Restou-me apenas balançar a cabeça que sim, e um alivio paliativo de sentir meus pés tocarem o chão. Segui talvez pra frente ficou-me a duvida se pra traz.

Quis dizer que bebessem com moderação e voltassem á seus lares em paz. Mas minhas falas foram todas condenadas ao silencio.

Pressenti de maneira pujante que o poema de Bandeira, o resumo da vida de uma andorinha, o outro personagem era eu. Absolutamente só por meus segredos. Em um querer infinito de rasgar as verdades que a linha do tempo derramou sobre mim.

Os fogos estão postos e eu me distancio no espaço vasto do mar. Antes devo dizer: não posso lhe contar o placar final, ou do próximo jogo seja qual for. A razão disso, simples, o mar já me ganhou e suas águas me encobrem e o segundo tempo agora que começou. O jornal de amanha terá o placa,só não sei se também terá noticias de meu corpo que o mar se responsabilizou de

afunda-lo