CARTA AOS 400 ANOS DE BELÉM PARÁ

INTRODUÇÃO

A cidade de Belém foi fundada em 1616, por Francisco Caldeira Castelo Branco com a construção do Forte do Castelo, hoje denominado Forte do presépio. Na época Belém foi invadida por vários povos de origem europeia, mas, realmente, quem venceu foi a ocupação do povo português. A cidade também é carinhosamente chamada de Cidade das Mangueiras por conta de tantas árvores espalhadas pelo centro da cidade plantadas na época do intendente Antônio Lemos que mandou buscar as espécies na Índia.

Localiza-se na região Norte do Brasil e é a capital do Estado do Pará. Conta com grandes atrativos turísticos no âmbito arquitetônico patrimonial como por exemplo: monumentos, bibliotecas, palácios, igrejas e Santuário, universidades e etc.... Dentre as igrejas observa-se obras de grande valor histórico de Antônio José Landi, hábil arquiteto e desenhador italiano, como a Igreja da Sé, Das Mercês e São João...

Por outro lado também conta com relevantes exemplos no âmbito dos atrativos relacionados ao meio ambiente, o Estado do Pará é recortado por rios, riachos, furos e igarapés, conferindo a região como um todo uma rara paisagem de beleza cênica inigualáveis. Paisagens observadas somente na região Amazônica. Ilhas e praias, baías, Áreas de proteção Ambiental (exemplo o Parque do Utinga) ... No coração da cidade.

Além de toda essa riqueza ambiental e patrimonial Belém se orgulha de poder contar com um atrativo de grande relevância que é um evento religioso que acontece anualmente no segundo domingo de outubro: o Círio de Nossa Senhora de Nazaré que atrai milhares de turistas e romeiros para cidade deixando os hotéis e hospedagens lotados. Sendo esta festa conhecida mundialmente e também sendo uma das mais importantes do país. E acontece aqui, em Belém.

Passeando pela exposição dos atrativos de Belém pode-se citar o Hangar uma obra iniciada em agosto de 2005 e inaugurada em 17 de maio de 2007, em seu interior, não possui placas explicativas, apenas a placa de inauguração, e se encontra em uma localização pouco privilegiada, muito escondida e foi considerada pequena e humilde para o tamanho da obra. Todavia, esta obra muito contribui para a movimentação turística em nossa cidade visto que atrai o turismo de negócios com a movimentação de eventos, palestras, workshops atraindo turistas e visitantes na bela Cidade das Mangueiras.

Belém, a metrópole, bem como todo o Estado do Pará conta com uma variada gastronomia, grande diversidade de sabores exóticos. Então, desta forma é comum turistas, diante deste potencial gastronômico e natural procuram conhecer as comidas e ervas exóticas da região, seus perfumes e cheiros, bem como os sabores da vasta culinária, já que muitos pratos são preparados com ervas, como a maniçoba, por exemplo. Desse modo, observa-se que o elemento natural está presente até mesmo nos pratos típicos, o que se conclui que o potencial natural é mesmo forte por toda região Norte.

2 DESENVOLVIMENTO

Herança dos Antepassados.

Antes da fundação a região era habitada por diversas etnias indígenas, vários povos europeus passaram pela Amazônia e mesmo por Belém dentre eles ingleses, franceses e holandeses era piratas que vinham por conta da usura das terras recém descobertas nas Américas pelos portugueses. Entretanto, o Tratado de Tordesilhas favorecia os espanhóis na disputa com os portugueses, todavia, por conta do que aconteceu no nordeste brasileiro os portugueses tomaram a frente e ocuparam a cidade que hoje se chama Belém.

Houve a miscigenação, indígenas relacionaram-se com os portugueses e formou-se este povo alegre e hospitaleiro, cuja característica é conhecida mundialmente. Ainda herdou-se características religiosas cristãs dos lusos por conta dos jesuítas portugueses que catequisavam os índios, portanto, daí vem nossas crenças religiosas, a exemplo, a devoção a Nossa Senhora de Nazaré.

A devoção a Nossa Senhora de Nazaré inicia-se em Belém PA, com a tradicional lenda da imagem achada por Plácido contada de gerações em gerações por séculos e séculos e em Portugal a história de fé e devoção a Virgem se assemelha por haver uma Lenda Portuguesa ditando tanta fé e religiosidade. Deste modo, é inegável a participação dos lusos corroborando até mesmo para a formação religiosa do povo belenense.

Belém viveu seu tempo de luxo no decorrer do século passado com a explosão do beneficiamento da borracha, matéria – prima oriunda da seringueira, sendo Belém uma cidade da Amazônia e sendo a metrópole o maior produtor mundial do produto. A Amazônia na época possuía o monopólio da borracha e este fato conferiu a cidade um ar de luxo favorecendo a “belle epóque”. Este período foi muito próspero em Belém, datam destes áureos tempos da extração da borracha obras como o Theatro da Paz.

O Theatro da Paz, localizado na cidade de Belém configura-se num dos maiores da região norte e um dos mais luxuosos do Brasil. Foi construído nos períodos áureos da exploração da borracha na nossa região, este período configurou–se num importante momento de crescimento econômico na região provocando mudanças socioeconômicas, acelerando grandiosas e luxuosas construções ao estilo do teatro onde predominam traços neoclássicos. O rico período de exploração da borracha ocorreu por volta dos anos 1879 e 1912 sendo este o seu primeiro ciclo.

Estes fatos remetem ao passado da bela “Cidade Morena” que não poderão ser esquecidos neste momento de aniversário de 400 anos, pelo contrário, deverão ser relembrados a fim de que, todo filho da cidade possa se orgulhar de suas raízes e seus antepassados.

O que de ruim vem acontecendo?

As mangueiras que tanto enfeitam a cidade de Belém e conferem a esta cidade o título de cidade das mangueiras passam por uma fase polêmica em face do que vem acontecendo nos meses de março e abril, período de chuvas intensas na bela cidade morena.

As mangueiras são árvores, ao contrário do que muita gente pensa, originárias da Índia, seu plantio na cidade de Belém teve início no governo de Antônio Lemos (1897-1911), esta sábia decisão do intendente foi para amenizar o calor intenso na cidade, assim deste modo criou-se praças e logradouros arborizados, verdadeiros túneis ambientais.

Antônio Lemos contribuiu de forma grandiosa para a urbanização de Belém no século XIX, haja vista, que muitas construções arquitetônicas foram erguidas no tempo de seu governo, a exemplo, dessas grandes obras estão os palácios, teatro, igreja, praças, chafarizes e principalmente o plantio de centenas de mudas de mangueiras importadas da Índia, criando verdadeiros corredores ambientais pelas ruas de Belém.

De aproximadamente oito a dez anos para a época atual observa-se que o transito de Belém é outro caos, cada vez mais carros nas ruas e falta de estacionamento, de repente seria o momento de abrir novas estradas ou outro tipo que estrutura que possibilite desafogar o trânsito em Belém, já que com a chegada de turistas e visitantes o problema tende a piorar.

O Departamento que cuida do trânsito na grande Belém é uma grande fábrica de fazer multas. Compreende-se que realmente algumas vezes elas sejam necessárias, todavia, pela falta de espaço para estacionar motoristas estacionam em frente a garagens residenciais e quando os donos chegam ficam impossibilitados de estacionarem em frente de sua própria residência e numa pequena brecha entram para cima da calçada e ao irem cuidar de seus afazeres vão acumulando multas e multas que vão chegando através dos correios. Um comete a imprudência e o dono da residência em questão tem que pagar a multa.

Outro ponto de extrema relevância para a negatividade da cidade de Belém é a violência que assola o país e que se alastra da nossa cidade. Temos turistas, pessoas em transito por Belém perdendo suas vidas para a violência, perdendo suas vidas por causa de um aparelho de celular ou outro objeto, ou até mesmo dinheiro de valor irrisório. Foi-se o tempo em que as famílias sentavam nas portas de suas casas para reunir a família ou os vizinhos afim de “jogar conversa fora” e “pegar um vento”. Hoje, vento somente de ventilador para quem não pode possuir uma central de ar por conta da carestia da energia elétrica.

Cada pessoa tem um truque para burlar a violência. Alguns deixaram até de usar bolsas grandes, outros possuem dois aparelhos celulares um muito bom para usar em casa e outro para sair as ruas e “dar para o ladrão”. Desta forma, se essa violência não for freada chega-se a pensar que num futuro próximo (10 anos) cada família da cidade já terá perdido um parente para as “raias da violência”, o que seria muito triste...E nada disso se está falando em cima de estatísticas, mas, sim um pensamento esporádico diante do que se vê por ai...

A listagem de coisas que desagradam na cidade não para por ai. O grande evento religioso e cultural que é o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, outrora, citado, que acontece sempre no segundo domingo do mês de outubro, portanto, com data certa para acontecer, é uma festa já aguardada, que segue um cronograma de eventos e é organizada um ano antes pela Basílica – Santuário, constituindo-se realmente um evento de grande porte, a cidade recebe milhares de turistas, a cidade fica lotada. E o que acontece?

Simplesmente, a prefeitura, ou os órgãos responsáveis fazem uma operação para a retirada de ervas daninhas das mangueiras seculares da cidade justo na semana do grande evento. E para que isto seja realizado fecham metade das ruas, das principais avenidas, passando os carros a trafegarem apenas em duas ou uma pista conforme for a largura da avenida prejudicando o trânsito. E com a cidade lotada, mais veículos nas ruas, ônibus de turismo chegando fica instalado o caos no trânsito de Belém. Pondera-se que para quem está chegando ou seja, turistas e visitantes este quadro nada é atrativo, muito pelo contrário.

 A melhoria da qualidade de vida para o povo de Belém.

Acredita-se que para a melhoria da qualidade de vida do belenense, neste primeiro, momento seria priorizar estas áreas problemáticas citadas nesta carta, sem no entanto, esquecer áreas que nem se quer foram mencionadas nestes escritos, a fim de não se fechar em três ou quatro prioridades. Porque com toda certeza existem outras áreas de caos nesta cidade que não poderão ser esquecidas.

Acredita-se no pensamento da transformação pela educação, corrobora-se com o pensamento de que a maioria dos problemas poderiam ser resolvidos de forma direta ou indireta com melhores qualidade de educação para o povo.

CONCLUSÃO

De forma conclusiva, mas, não finita acredita-se que grande parte dos problemas da sociedade está na precária e ineficaz educação. Que não é um problema apenas em nível regional, mas, sim, nacional. Tudo poderia ser melhorado se o povo fosse educado devidamente. O povo nem ao menos conhece a cidade em que nasceu. Não valoriza atrativos naturais e nem históricos. Não conhece suas raízes. Se não valoriza, não ama, se não ama não cuida.

Em tempos de alta tecnologia avançada, que tudo parece estar descoberto o homem ainda empaca diante de certas coisas, diante de certos aparelhos tecnológicos que desconhece. O homem não valoriza o meio ambiente, o homem destrói. Diante deste “destruir” pode-se catalogar as diversas formas de violência. É brutal ver o ser humano assim: matando, violentando, roubando e destruindo...

Acredita-se na proposição da palavra EDUCAÇÃO. Naquilo a que ela se propõe. No seu sentido em sua base. Pondera-se que ao educar será apenas o ponto de partida. Esta educação deverá ser para ontem, hoje e sempre, ou seja, continuada...Nunca tem fim...

Ao citar a educação como ponto de partida para a melhoria das dificuldades do povo belenense não se está de modo algum, excluindo outros processos ou formas de melhoria, acredita-se num conjunto integrado de processos sendo a mola propulsora a educação continuada.

“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. (Paulo Freire).

REFERÊNCIAS

VENTURA, P. Patrícia. Plantio de Mangueiras no Governo de Antônio Lemos em Belém PA. Recanto das Letras. Belém, Mai. 2010. Disponível em: < http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/2256750f>. Acesso em: 07 Out. 2015.

VENTURA, P. Patrícia. Visita Técnica no Hangar. Recanto das Letras. Belém, Abril. 2009. Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br/redacoes/1560219>. Acesso em: 07 Out. 2015.

VENTURA, P. Patrícia. Minha visita ao Theatro da Paz. Blogspot. Abril. 2012. Disponível em: http://escorpianapat.blogspot.com.br/2012/04/minha-visita-ao-teatro-da-paz.html. Acesso em: 07 Out. 2015.

O Estado do Pará. Disponível em: < http://dc.itamaraty.gov.br/imagens-e-textos/revista1-mat8.pdf>. Acesso em: 07 Out. 2015.

Basílica–Santuário de Nossa Senhora de Nazaré do Desterro. Disponível em: < http://www.basilicadenazare.com.br/pagina/acolhida>. Acesso em: 0