Olga

Misturando-se as letras, lê-se lago no nome desta senhora.

Um lago diferente, feito de lágrimas.

Do alto de seus setenta e seis anos, na cama do hospital ela cita dizeres da mocidade perdida nas rugas.

A noite insone, pedido companhia...a enfermeira que não vem lhe trocar o curativo da ferida.

Ferida aberta (cinquentenária) exposta em fina canelinha.

Dona Olga tem filhas ocupadas, e ela não as culpa! Pega carona nos acompanhantes de suas companheiras de leito para poder se lembrar que existe.

Olga é velhinha e não morreu na câmara de gás, mas está prestes a deixar este mundo: Não menos heróica que a Olga do companheiro Prestes.

Voando Alto
Enviado por Voando Alto em 23/07/2007
Código do texto: T575927