O lugar onde eu moro: Tereza Cristina

Talvez não seja o melhor, mas também não é nenhum ''buraco''.

Em torno das comunidades existentes, mais especificamente aquelas situadas no campo, são feitas diversas associações negativas como: lugar de atraso, ignorância, limitação e, a mais pejorativa de todas, ''buraco''.

A realidade histórica de Tereza Cristina é uma comunidade pequena que nasce a mais de 164 anos de um processo de colonização - financiado pela Imperatriz Tereza Cristina - que cria seu singularismo após a vinda de Jean Maurice Faivre, um médico Frances que em sua bagagem trás consigo também os ideais Utópicos. Sem filiar-se à doutrinas capitalistas, idealizava implementar um modelo próprio de sociedade que eliminasse o lucro, criava mecanismos de aprimoramento dos métodos de trabalho e gestão democrática que colocava como ponto alto o respeito dos vínculos sociais da família e os princípios morais, éticos e religiosos.

Tempos mais tarde também colonizaram aqui Ucraínos, Poloneses e Turcos.

O lugar foi o primeiro no Brasil a introduzir a ideia de Cooperativas, onde desempenhavam determinadas atividades para o beneficio comum de seus associados.

Mas a questão pertinente é que, um lugar historicamente tão rico, e no entanto, seja comparado à um ''buraco''. Temos aqui moradores que falam pelo menos três idiomas: português, ucraniano e polonês. Uma característica de países de 1º mundo.

É claro que nem beiramos a ''utopia'', assim como também sonhava Thomas Morus, principal referência de Jean Maurice Faivre. Ainda temos um longo caminho à percorrer.

Por riqueza devemos entender o conjunto da produção de uma sociedade. Cada povo tem sua forma especial de viver. Cada povo tem muito orgulho em exaltar aquilo que é seu e diminuir aquilo que pertence ao rival e ao vizinho. Enfim, cada povo endeusa seu passado, seus heróis e sua cultura.