Trabalho, pra quem? Ócio, por quê?

O trabalho está interligado à cultura de uma sociedade e avança no tempo, simultaneamente, com o ócio, pois dependendo da época analisada esse ou aquele será valorizado.

Na Grécia Antiga tivemos uma sociedade escravocrata, onde ojerizavam o trabalho e praticavam o ócio como forma de refletir sobre a vida e entrar em contato com o seu eu. Permanecendo essa valorização também na Idade Média, como meio de se chegar a Deus.

O contrário começa com o surgimento da classe burguesa, fortalecida pelo comércio, na qual se utiliza do trabalho para aumentar suas riquezas e em virtude dessas tivemos a revolução industrial, confirmando a nova visão sobre o trabalho. Quando se esperava retomar o hábito de praticar o ócio, pois o progresso permitiria novas tecnologias com capacidade de aumentar a produção possibilitando mais tempo livre ao homem. Contudo, o trabalhador teve suprimido suas alegrias e sonhos, tratado como se fosse uma peça nas engrenagens da fábrica, retratada por Charles Chaplin, no filme Tempos Modernos.

Embora as leis trabalhistas tenham reduzido a jornada de trabalho, não impediu que o trabalhador fosse explorado, quando trabalha mais para suprir necessidades básicas, gerando riquezas que são desfrutadas pelo dono do capital. Aspirando fazê-lo para satisfação interior, comparado à Michelangelo que pôde contemplar em David o resultado de anos de dedicação.