Pobreza: indignação ou ação?

Pensadores criteriosos e estudiosos têm se preocupado com o problema que não é apenas nacional, mas abrange o nível mundial: a pobreza acompanhada da desigualdade social, que vêm alcançando grandes parcelas da população e atingindo dimensões incomensuráveis. A grande indagação diz respeito à maneira pela qual será combatido este flagelo que afeta, de forma direta ou indireta, todos os setores sociais.

A desregulamentação da força de trabalho, o achatamento dos salários, a má repartição dos bens e da renda e o aumento do desemprego são fatores que contribuem para o crescimento exacerbado das disparidades sociais, que têm início, no Brasil, no período colonial e perduram até os dias atuais trazendo uma série de conseqüências que promovem o processo de exclusão social, a marginalidade e a violência.

Todavia, ainda persiste a visão mítica e elitista que culpa os pobres pela pobreza e que acha que a solução está na erradicação total da causa, numa espécie de injeção letal que venha a sanar o problema através da eliminação deste e não por medidas de controle ou tratamento. No entanto, esta é uma visão exclusivista e egocêntrica que põe em discussão a impotência da sociedade em lidar com os próprios infortúnios e a imagem errônea de um barranco intransponível entre o mundo dos pobres e o dos ricos.

Obviamente, a solução não está nas medidas paliativas que vêm sendo tomadas, estas apenas contribuem para a redução dos sintomas, mas não têm o poder de combater o germe causador de todos os transtornos sociais que, para serem equacionados, requerem um esforço conjunto com a finalidade de arregimentar todas as ciências, todas as camadas populares e todas as esferas do poder em prol da restauração dos valores sociais, da conscientização do problema por parte das elites, do fomento à educação e, consequentemente, do convite à cidadania.

Jucarvalho
Enviado por Jucarvalho em 21/08/2007
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