A desfiguração do Natal

A DESFIGURAÇÃO DO NATAL
Miguel Carqueija


Outro dia um amigo comentou comigo que não se escutam mais músicas de Natal em parte alguma. Aliás, parece que é mais fácil escutar funk. Para muita gente o Natal parece ter-se transformado em carnaval e dos piores.
Porém, Natal é a comemoração da vinda de Jesus Cristo ao mundo para a redenção da humanidade. Não existe outro sentido na data que nos chama a aceitar e espargir a divinal Lei do Amor.
Conseguiram transformar a data numa festa materialista e consumista. As decorações natalinas estão por toda a parte, no comércio e nas casas particulares, limitando-se às guirlandas, às luzes e à figura do Papai Noel, além do troca-troca de presentes e cumprimentos e as ceias onde não faltam bebedeiras...
O Menino Jesus é esquecido. Em poucos locais se avista um Presépio.
Por certo, o verdadeiro Natal não morrerá. Os cristãos precisam ser o reduto militante da Fé e resistir por toda a parte, dando o testemunho visível em honra do Menino que mudou o mundo, em honra de Maria e José, que com Ele formam a Sagrada Família. O Papai Noel seria tolerável se fosse apenas uma figuração da pessoa real de São Nicolau de Mira, mas quem se lembra disso? Na prática este personagem está é substituindo o Menino-Deus. E estimula, por culpa dos próprios pais e parentes, a cobiça das crianças, que vão assim crescendo consumistas e exigentes — essas crianças que berram com os pais para que lhes comprem o que elas querem, como aquela menina do filme “A fantástica fábrica de chocolates”.
Vamos então insistir sempre no caráte religioso do festejo natalino. Natal é dia santo de guarda, portanto há que ir à Missa. Para Jesus tem que haver tempo.
E é, afinal, este sentido religioso que inspira o amor, a caridade e a tolerância entre os seres humanos. Quanto mais a sociedade se afasta do sentido espiritual da data, mais esta sociedade se torna violenta e anárquica. Os fatos estão aí.

Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 2017.


(imagem internet, Diocese de Osasco)