Uma difícil decisão – A realidade da decisão (Capitulo II)

Ao chegar em casa, um barraco velho, Júlia se deu conta do que fizera e olhando a criança que a fitava sem parar começou a chorar. Uma vizinha de barraco ouviu o chorou e foi até a entrada do barraco e ouviu um lamento:

_ Como vou te alimentar? Te cuidar? ...

_ Júlia! Vim te ajudar. Gritou a voz lá fora.

Era dona Cecília, uma mulher forte, que havia enviuvado muito cedo e que por conta de uma escolha errada de companheiro ficou sem nada após a morte de seu primeiro esposo, enlouquecida pela dor do abandono foi viver no lixão, esquecida por todos os seus parentes.

Júlia abriu a porta e dona Cecília entrou e vendo a criança foi tomada por estranha comoção, pegou-a no colo e aninhou em seus braços e quase como se instintivamente proferiu uma sentença:

_ Anjo! Você não está só. Ajudarei sua mãe a cuidar de você.

Abriu um sorriso para Júlia e disse:

_ Você precisa comer para ter leite para alimentar seu pequeno anjo. Como ela vai se chamar?

_ Não sei! Disse Júlia... chorando.

_ Seu nome será Angel! Eu serei sua madrinha, pode ser Júlia? Disse dona Cecilia encantada com a criança que parecia lhe sorrir.

_ Sim... Balbuciou Júlia.

Dona Cecília entregou a pequena Angel para Júlia e foi buscar uma sopa rala de fubá. Júlia comeu tudo e olhando para aquela menina sentiu um pesar, mas ao pega-la nos braços ela lhe sorriu e sua mão roçou o seu rosto com ternura parecia que ela lhe dizia que compreendia tudo, neste momento o choro se fez compulsivo, Júlia soluçava, dona Cecília vendo o sofrimento atribuiu tudo aquilo a pobreza em que viviam.

Continua...