CAÇANDO PEIXINHOS E RÃS NAS VALAS

Sexta-feira, 28 de Setembro de 2018

A vantagem da criançada que morou, e ainda mora, em lugares distantes dos grandes centros, é contar com circunstâncias diferentes com as que existem nesses. A urbanização favorece muito, é claro, mas certas situações só as encontramos nas cidades e nos bairros afastados.

O bairro de Anchieta, na cidade do Rio de Janeiro, é afastado do centro da cidade. E naquela época, quando possuía meus doze, quatorze, quinze anos, havia ali muitas situações daquelas que podemos classificar como precárias. E as valas e valões eram umas delas.

Mas para a garotada, em suas inocências e traquinices naturais, isso era uma boa e grande oportunidade de diversão. Registre-se que naqueles tempos tais valas e valões eram diferentes das que existem hoje em dia, porque o excesso de substâncias pesadas e nocivas que se aplicam em quase tudo hoje, transformam tais lugares em riscos totais de contaminações diversas.

Na minha época de garoto, costumávamos pescar peixinhos. Alguns os denominavam barrigudinhos. Mas havia deles que eram coloridos. E nós os colocávamos em pequenos vidros, que considerávamos como nossos aquários. E era bonito vê-los ali, nadando e enfeitando as nossas prateleiras.

Uma outra peripécia que fazíamos nas valas era pescar/caçar rãs. Esperávamos a noite cair para tais execuções. Então, pegávamos latas vazias, fazíamos um amarrado com elas, para que ficassem numa posição horizontal, onde colocávamos uma vela acesa para iluminar a vala onde as rãs costumavam ficar à superfície, e era como se as mesmas ficassem hipnotizadas com a luz.

Dessa forma, um de nós sorrateiramente nos aproximávamos do bicho, e repentinamente a abafávamos com as mãos, retirando-a da água e amarrando-a numa fieira. E numa noite só levávamos oito, dez ou doze delas. Então, o banquete estava garantido e pronto! Comíamos as rãs com farofa, e era um senhor quitute. Mas tem gente que não gosta disso e delas. Fazer o quê?

E eram assim as nossas traquinagens, brincadeiras e diversões. Mas eram situações alegres e divertidas, de uma infância/juventude pura e feliz. Quisera que a garotada atual soubesse o que é esse tipo de coisa. Mesmo que alguns as possam repudiar. Só quem as viveu sabe o quanto foi bom e divertido. E seguro.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 28/09/2018
Código do texto: T6461706
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