AS BRINCADEIRAS E COSTUMES DE UMA CIDADE DO INTERIOR

Rio de Janeiro, 12 de Outubro de 2018.

O sítio de vovó era grande. E ficava na cara da "rodagem", a estrada principal que entrava e saía da cidade. Do centro ali distava um pouco mais de um quilômetro. Todo cercado de arame farpado e de uma planta própria para cercas, chamada macambira. Esta é espinhosa, por isso usada para este fim porque dificulta o acesso e a passagem de quem se proponha a invadir terrenos. Também impede o acesso de animais.

E havia uma cancela. Portão grande, onde eu e meu irmão costumávamos sentar, e mexíamos com todos os que passavam ali destinados ou vindos da feira. E um dos que transitavam por ali, mas montado num cavalo, era nosso primo Zezé, filho de tio Emídio, irmão de meu pai. E ele era um tanto quanto impambado, costumava só passar no galope, montado em seu cavalo branco. Sacudia o braço nos cumprimentando e seguia em frente.

Um termo gozador que era usado naquela região era o de "tabaréu". Eu e meu irmão achávamos isso muito engraçado e danávamos a chamar a todos os que passavam ali, assim. Esse termo classificava os que eram atrasados, ou moravam fora da cidade. Hoje pegariam no nosso pé como ofensores e preconceituosos. Mas naquela época não havia esse tipo de frescura.

Naquela época tudo era no barro. Daí que a poeirada tomava conta de tudo e de todos. Hoje em dia é tudo asfaltado. E o cavalo, que era usado como meio de transporte de grande parte dos que ali viviam, foi substituído pela bicicleta e/ou motocicleta.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 12/10/2018
Reeditado em 12/10/2018
Código do texto: T6474001
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