LEMBRANÇA DE MENINO

LEMBRANÇA DE MENINO

Eu sou do tempo em que a simplicidade fazia todos felizes. Sou do tempo em que ainda não conhecia internet, do tempo em que o sossego morava comigo, do tempo em que a correria da cidade grande ainda não havia alcançado meus passos.

Quando recordo minha infância no meu bairro esquecido em Macapá, avisto em minhas lembranças um menino franzino sem muitas características físicas especificas, mas que tinha um sorriso constantes. Aquele garoto acordava junto com o galo e cantava as canções inocentes, brincava sorridente, e não tinha dentro de si, a vaidade da juventude.

Aquele garoto de cabelo castanho escuro e olhos da cor de ébano, não enxergava malícias, pelo contrário, na vida recebia de sua mãe as carícias e a benção de seu pai. A vida era simples, mas cheia de sentido, corria até se cansar. Na frente de sua casa, ficava até a noite chegar, jogando conversa fora com os primos, amigos, – a vida.

Aquele garoto que sempre vivia feliz, deixou os sorrisos somente nas aparências. Ele gostava tanto de correr, e correu que nem viu a vida passar. Ela passou, e quando o garoto se deu de conta já era tarde. Seus primos, amigos e rosinha, já haviam crescido e sumido e, nem ele sabia onde encontra-los.

Para onde foi a vida? As emoções de menino? As aventuras com os primos? O sorriso constante? Por um estante, o garoto se perdeu no tempo. O problema de crescer, é que a inocência se vai, assim como fizeram os amores antigos.

Mas, aquele garoto nunca esqueceu: dos presentes que ganhou, dos ralados no joelho, dos poemas que escreveu, dos sonhos que sonhou. A vida passa, mas deixa a lembrança, para que aquele garoto-homem nunca esqueça que a felicidade está na simplicidade, na inocência de criança.

Que sorte tinha aquele garoto.

Ari Poeta
Enviado por Ari Poeta em 08/11/2019
Reeditado em 09/11/2019
Código do texto: T6790264
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