A falta de empatia tá acabando com este mundo...

Fui ao terminal da praia grande pra revalidar o passe livre de João, pra variar ele tava bem agitado, fui ao guichê peguei a senha e me dirigi ao balcão de informações e disse pra atendente: eu vim só revalidar, quem é que chama a senha? Onde eu aguardo? Ela vendo q João já tinha corrido e tentado subir em todas as cadeiras me perguntou: ele é autista? Eu disse: sim. Ela: então a senhora fica bem ali na porta na hora q a pessoa q está sendo atendida sair a senhora entra com ele. Aí eu me abaixei pra tentar acalmar João e colocar no colo, foi então que uma mulher na faixa etária de seus 40 anos, me perguntou: qual é a sua senha? Eu disse: a 68, mas a moça me deu prioridade pq meu filho é autista e não consegue ainda esperar muito tempo o atendimento, hoje ele tá bem agitado, aí ela respondeu: é, agora deram nessa moda, toda criança tem agora essa doença, esse tal de autismo. Eu juro pra vocês, parece que me tiraram o chão, minhas pernas tremiam, meu coração acelerou e eu olhei já com lágrimas nos olhos pra ela e respondi: como é que é? A senhora pensa que eu aderi uma moda, só pra ter direito a tá na sua frente na fila? Pois então pegue um filho seu e adere a moda também, sabe de uma coisa , minha senhora? O que tá acabando com o mundo é a falta de empatia, a senhora é uma pessoa sem empatia. Me calei e continuei chorando muito, as pessoas que aguardavam na fila começaram a me pedir pra não ligar pra esse tipo de pessoa, e ficaram olhando pra ela com olhar de reprovação, no atendimento, a pessoa q me atendia me perguntou o porquê das minhas lágrimas, aí contei o que a mulher havia me falado, e ela me disse: não chore, gente assim não merece suas lágrimas, é pura ignorância. Meu atendimento não demorou 5 minutos, quando fui saindo, olhei pra ela e disse: desculpe por ter atrasado 5 minutos da sua vida por causa da minha moda de meu filho ser autista, ela nem conseguiu levantar a vista pra me encarar, e eu realmente sei que talvez essa moça não feriu minha alma por maldade, talvez pode ser só falta de informação, mesmo assim dói, o preconceito dói na alma, dilacera o teu íntimo, teu ser, tudo que você é, mas que bom que a maioria não concordou com ela, mesmo assim, desabei, pq sou humana, tenho minhas fraquezas, mas sigo firme porque minha caminhada é longa pra que esse preconceito diminua mais até meu João crescer e não ter que passar por isso que senti hoje. Deus nos ampare e nos ajude a sempre caminhar com amor apesar de todo desamor da humanidade.

Poliana Gatinho
Enviado por Poliana Gatinho em 09/11/2019
Código do texto: T6791190
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