A busca pelo corpo perfeito e suas consequências

O anseio pelo que é belo é parte do que é chamado de “sociedade pós-moralista”, isto é, a Igreja, durante séculos, reprimiu a vaidade em seus fiéis. Todavia com o fim gradativo do seu intenso poder de influência sobre a população europeia, despertou-se no mundo ocidental o desejo de idolatria ao corpo caracterizado pelo humanismo. Essa obsessão pela beleza é extremamente destrutiva, pois fortalece preconceitos e estereótipos, tendo em vista que diversidades, ao fugirem do padrão de beleza eurocêntrico são, muitas vezes, menosprezadas socialmente.

Este modelo de aparência estabelecido, atualmente, por desfiles de moda e atores hollywoodianos induzem as pessoas a procurarem um visual que desconsidera particularidades individuais (biológicas e financeiras) e as estimula a cultuar uma perfeição inalcançável em troca de uma promessa de felicidade e status.

Somado a isso, é possível notar o papel antagônico da valorização da imagem com relação aos distúrbios alimentares, problemática a qual atinge todas as camadas sociais. A busca pelo bem-estar não deveria causar tantos impactos negativos na saúde. Contudo, grande parte dos tratamentos estéticos não são manifestações de uma autoestima elevada, porque apenas mascaram a insegurança e provocam consequências prejudiciais ao corpo, dessa forma, contrariando a ideia primordial de culto ao corpo.

Portanto, é possível concluir que a problemática não está na procura pelo bem-estar pessoal, mas pela sua razão de existir na qual é geralmente caracterizada pela baixa autoestima. Dessa forma, é preciso prezar e cuidar da nossa corporeidade, respeitando a ideia originária do “culto ao corpo” que é a busca pela saúde e sanidade.