Saara marroquino: Os desdobramentos da Marcha Verde

O ano 75, o falecido Rei Hassan II chamou para a organização da Marcha Verde para liberar o "Saara Espanhol", com base num parecer do Tribunal Internacional de Justiça, 16 de outubro 1975, afirmando que o Saara não é um terreno vazio, cujos laços de compromisso e lealdade, mantidos com as tribos saarauis. .

O porofessor de Relações Internacional, universitário e especialista em assuntos africanos e Saara, Mousawi Al-Ajlawi sublinhou no artigo dedicado ao jornal online Hespress, sobre os desdobramentos da declaração marroquina, 17 de setembro de 1974, relativa ao litígio em torno do Saara do Tribunal Internacional de Justiça, cujo aparecer consultivo confirma a situação do Saara, um terreno deserto, dominado pelo colonialismo espanhol.

Em 16 de outubro de 1975, o Tribunal Internacional de Justiça tratou das questões da Assembleia Geral sobre o saara junto ao tribunal, envolvendo o status legal do Saara, 1884, o Marrocos chamou os espanhóis para recuperar os territórios confiscado, durante a era colonial, o norte e o sul do reino.

Para isso, o falecido rei Hassan II chamou para uma marcha rumo ao saara, com base no aparecer da corte internacional, nos laços de lealdade com as tribos saarauis e os reis e contro o desvaziado conceito do terreno sarauí.

A decisão da marcha constitui um acontecimento fundamental na história da região, transformou o equilíbrio de poder a favor do Marrocos, numa época de coordenação e seriedade entre o estado argelino e da Espanha do Franco, mantendo um estado de interesses a dividir entre a Espanha e o regime argelino.

Os documentos das Nações Unidas e outras justificativas de atores políticos e militares estrangeiros, bem como da inteligência CIA Americana revelam o excepcionalismo da decisão da marcha verde, cujo vinculo da visão estratégica e das características de um conflito complexo e um jogo que desafia o Marrocos.

Procurar o tribunal foi uma iniciativa do falecido Rei Hassan II, 17 de setembro de 1974, através de uma coletiva de imprensa, na qual o Marrocos revelou a disputa da Espanha sobre o Saara ao Tribunal Internacional de Justiça, visando um parecer consultivo sobre tal situação do Saara ocupado, uma vez os colonialistas espanhóis exploram?

As Consequências sobre o saara do Tribunal Internacional de Justiça

O Marrocos chamou a Espanha para apresentar o seu argumento para o tribunal; uma vez este último acredita no reconhecimento da existência de um litígio entre as partes, Espanha e Marrocos, necessitando de uma abordagem para uma solução da questão do Saara. Uma vez que a espanha tem rejeitado o pedido marroquino catoricamente.

O Marrocos apresentou a proposta à Argélia e à Mauritânia, esta última aceitou, mas a Argélia recusou- a fazer parte do processo de solução, sem nenhuma reivindicação territorial do Saara. Sendo inicialmente apoia a forma, apresentando um pedido conjunto com Marrocos e Mauritânia.

Neste contexto, e com base no pedido conjunto marroquino-mauritano, a Assembleia Geral, na sua 29ª sessão, adoptou uma decisão, sobre o litígio do Sahara a ser vinculado ao Tribunal de Justiça Europeu, 13 de dezembro de 1974. Cuja decisão apresentada pelos 35 países africanos e árabes à Assembleia Geral, tem acolhido 80 votos, dos quais 43 se abstiveram, mas nenhum país se oponha ao projeto. A decisão da ONU foi deixada ao tribunal, 21 de dezembro 1974..

A Espanha considera o Marrocos o único país legítimo a recuperar o Saara, todas as ações diplomáticas nas Nações Unidas foram colocadas contro o Marrocos. Entre o apelo do Marrocos, baseado sobre a Resolução 1514, além do acordo de proteção e recuperação das regiões de Tarfaya e Ifni, a Espanha resolver a questão de forma jurídica, cuja questão do "Saara Espanhol" a ser tratada no contexto do pedido Sarauí, sobretudo do Marrocos e Mauritânia, com apoio da Argélia.

O governo espanhol a este assunto chamou para uma nova lei de base política em torno do Saara, pretendindo a organização de um referendo, tudo isso foi mencionado na mensagem de Franco ao grupo saaraui, definitivamente, afastando qualquer interesse dos países vizinhos, com respeito as resoluções da Assembleia Geral.

O processo das Nações Unidas, sobretudo os documentos da Missão das Nações Unidas em torno do Saara Espanhol, 1975, a dimensão regional sobre esta questão constituindo um assunto evidente para Marrocos, a Espanha, a Mauritânia e Argélia. Esta última envolveu o conflito no lado do apoio às subtrações marroquina e mauritana, antes que a Frente Polisário, 1974, chamar ao processo de autodeterminação para o "povo saharaui", resultado da independência.

25 de novembro 1974, o Delegado da Espanha no Quarto Comitê chamou para que o seu país prepare as condições do desenvolvimento político, em conformidade com a Resolução 1514; uma vez que o delegado espanhol na comissão tem apostado em não adesão ao Saara marroquino, devido a cálculos geopolíticos relativos a Ceuta, a Melilla e às Ilhas Canárias. Tal posição levou ao voto contra as resoluções da Assembleia Geral das Nações Unidas, dentro das sessões da Assembleia Geral, 1965 a 1974, cuja Espanha tem votado contra as resoluções 2072 e 2229, a favor da Resolução 2354, abstendo sobre as demais resoluções.

Após a adoção da Resolução 3.292 (13/12/1974), a Espanha abandonou o referendo, contribuindo no novo processo das Nações Unidas, chamando a missão das Nações Unidas a visitar a região, com base no arquivo do Tribunal Internacional de Justiça, em conformidade com o pedido da Assembleia Geral de Marrocos, de Espanha e Mauritânia, fortalecendo o tribunal com todos argumentos que respondem a Assembleia Geral a favor do tribunal internacional.

Aliança Espanhola-Argelina

Após "a deterioração da situação política e militar na região", a Espanha, 23 de maio 1975, dirigiu uma carta ao Secretário-Geral das Nações Unidas, informando-o da sua presença no Saara Ocidental, de acordo com as resoluções das Nações Unidas, cumprindo com a missão na região, sem deixar um vácuo de poder. Transferindo esse poder para aqueles que vao assumir a gestão do território em decorrência da descolonização.

Esta carta coincide com o início da coordenação efetiva entre o regime argelino e a Espanha de Franco, no que diz respeito à divisão da riqueza do Saara e à adoção de uma interface política para o "novo estado", através de um apoio aberto das instituições internacionais a Frente Polisário.

Entre a visita da missão ao Saara e aos países vizinhos, ouve uma guerra dos bastidores, no contexto da reaproximação marroquino-mauritana, contro uma outra frente associada a Argélia e Espanha. Necessitando entrar nas negociações entre a Polisário e o governo espanhol sob os auspícios da Argélia, de Marrocos e a Assembleia Geral, setembro de 1975, tratando dos interesses comerciais e econômicos sobretudo da Argélia e Espanha no Saara, face a um parecer consultivo do Tribunal Internacional de Justiça e das decisões da Assembleia Geral, no quadro da trigésima sessão da ONU.

A ideia da Espanha é para chamar a atenção da missão da ONU sobre as negociações com a Polisário. A Espanha mantém-se contato com a Polisário sobre dois objetivos: o primeiro é a libertação de prisioneiros espanhóis presos antes da chegada da missão da ONU à região e, no contexto das intepretações e manobras das partes, em detrimento da força do Sarauí, das relações com o novo componente, sobretudo da maioria das facções sarauís armadas, diante das que prestaram a fidelidade ao Marrocos.

Perante isso, o Estado argelino tem mobilizado gentes de forma para apoiar a Frente Polisário, visando o desequilíbrio de forças face às restantes facções sarauis, aquelas que apoiam as decisões de unidade a favor do Marrocos.

Ao mesmo tempo, a Missão das Nações Unidas ao Saara tem anotado, no relatório submetido à Assembleia Geral, 1975, que a posição do governo espanhol quanto ao momento de sua retirada do Saara tem mudado entre a primeira e a segunda visita da missão a Madrid, sendo na primeira reunião o comitê se reuniu com altos funcionários Espanhóis, chefes de departamentos, e administrativos os que parecem preocupados com a questão do Saara, liderados por Juan. Guvira, Secretário Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Pedro Cortina Maire, bem como o Ministro dos Assuntos Governamentais, responsável pelo "Saara Espanhol".

Na segunda visita, a missão encontrou-se com Arias Navarro, Chefe do Governo e Ministro dos Assuntos do Primeiro-Ministro. Cuja missão da ONU atribui essa mudança à tensão na fronteira norte com o Marrocos, além dos acontecimentos, ocorridos durante a permanência da missão na região.

Outra visita da missão a Madri, cujas autoridades espanholas expressaram a preocupação do governo espanhol com a "rápida deterioração da situação", garantindo aos membros da missão que "se a situação piorar a ponto de o governo perceber que não é mais capaz de administrar a região e garantir sua segurança, a Espanha, obrigada a se retirar da região." De forma rápida… O governo da Espanha tem repetido essas manobras nas declarações públicas e nas cartas junto ao Secretário-Geral.

Lahcen EL MOUTAQI

Professor universitário- Rabat, Marrocos

Continuação do artigo nas próximas edições sobre a justificativa para a posição marroquina sobre a questão do saara

ELMOUTAQI
Enviado por ELMOUTAQI em 21/10/2020
Código do texto: T7092907
Classificação de conteúdo: seguro