As relações pessoais em tempos de modernidade líquida

“Eu temo o dia em que a tecnologia ultrapasse nossa interação humana, e o mundo terá uma geração de idiotas.” Essa frase de Albert Einstein um cientista a frente de seu tempo já predizia os dias atuais em que vivemos, onde as pessoas trocam seus relacionamentos pessoais por “líquidos” e superficiais; por “líquidos” quero dizer efêmero, a modernidade trouxe seus benefícios a sociedade, mas trazendo também seus percalços na relação do homem pelo homem.

Modernidade liquida nada mais é do que a incerteza quanto ao processo de interação humana, um mundo repleto de sinais confusos, propenso a mudar com rapidez e de forma imprevisível, segundo o criador do termo acima, Zygmunt Bauman referia-se aos tempos atuais, em que as relações humanas com o passar do tempo seriam mais superficiais e o contato com os semelhantes cada vez menor.

Porquanto, devidamente a tais relações escorregadias que podem escapar por entre os dedos, devesse ao fator tecnológico, dentre tantos outros fatores relevantes característicos da fluidez das relações, destaca-se as amizades virtuais, um jovem que tem 500 amigos no Instagram, não pode dizer que suas amizades são tão verdadeiras quanto a de um senhor de 90 anos. O problema nessas relações virtuais é qualquer motivo fútil pode-se “bloquear”, “cancelar”, “desfazer amizade”, com a mesma rapidez com o que se tornaram amigos por um click, enfraquecendo as relações humanas. O mesmo rompimento seria difícil e doloroso, para um relacionamento face a face, pelo menos para uma das partes. O paradoxo que se cria aqui é o de uma pessoa solitária em uma multidão de solitários na mesma situação.

Assim, o importante quando se fala em modernidade liquida é perceber que nada deve ser generalizado, mas que uma autoanalise e uma autocritica é necessária para rever em que tipo de relação estamos. “Tornamo-nos deuses na tecnologia, mas permanecemos macacos na vida.” Desculpe-me símios pela frase de Arnold Toynbee, quem me dera ser um macaco nas minhas relações interpessoais, poderia haver mais esperança para mim do que ser um deus solitário.

Jairo Ferrer
Enviado por Jairo Ferrer em 13/12/2020
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