Os impactos da educação à distância

De acordo com a ativista paquistanesa Malala Yousafzai, um livro, uma caneta, uma criança e um professor podem mudar o mundo. Contudo, tal modo de se pensar a educação no mundo contemporâneo, se estende para além da sala de aula, em razão da ascensão de recursos tecnológicos aplicados ao processo de aprendizado. Nesse sentido, pode-se inferir que o ensino à distância envolve variáveis relacionadas aos avanços digitais, ao amplo alcance social do modelo de ensino ofertado, e aos seus respectivos impactos.

Primeiramente, convém ressaltar que a educação é um importante indicador de desenvolvimento social, sendo bastante simbólica em sociedades indígenas, na medida em que a partir de um aspecto comunitário, visa a formação integral do indivíduo. No entanto, com o advento da globalização no século XXI, e das consequentes propostas de ensino 4.0, novos valores passaram a vigorar, entre eles, destaca-se a autonomia do aluno na aquisição de seu saber, a responsabilidade intelectual, e de forma gradativa, o remanejamento escolar em fornecer opções remotas de estudo, como é o caso do Homeschooling, prática de estudo em domicílio já implantada em alguns países.

Apesar do aperfeiçoamento do ensino à distância, pode-se evidenciar que a realidade brasileira é marcada por desigualdades no que diz respeito ao acesso às tecnologias. Desse modo, inevitavelmente, uma parcela significativa da população que depende do ensino público, seria excluída das novas propostas educativas, fator que realçaria as mazelas sociais já presentes. Ademais, a imposição de um modelo de educação à distância, relega ao segundo plano, demais funções que a escola exerce, como a missão de formação de cidadãos, o espaço de interação social, o estímulo à convivência, o senso de liderança e coletividade, e propicia o agravamento de situações vinculadas à falta de abertura ao novo, e ao descontinuísmo de habilidades socioemocionais.

Logo, diante das exigências relacionadas às estratégias educativas aliadas à tecnologia, na contemporaneidade, e das dificuldades em promover uma democratização do uso das novas ferramentas, é imprescindível que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, em consonância com o Ministério da Educação, forneça verbas para a utilização dos recursos que aprimorem o ensino nas escolas, oferecendo alternativas para estudantes que optem pela educação à distância, por meio de investimentos financeiros e da capacitação de professores na abordagem tecnológica. Assim, com o intuito de possibilitar metodologias diferenciadas e fomentar o estudo nos estudantes brasileiros, será possível aprimorar o ensino das próximas gerações, adaptando-o às novas demandas em diversos contextos.

Flora Fernweh
Enviado por Flora Fernweh em 17/06/2021
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