Celular, A Solução e o Caos no Mesmo Percurso



Temos o universo em nossas mãos, o celular é o caminho básico e essencial para que possamos encurtar caminhos e acelerar o nosso tempo de resposta para assuntos que dominamos e outros que desconhecemos, mas como dominar esse titã que pode nos salvar e, ao mesmo tempo condenar se não o soubermos domesticar?

Os caminhos são vários, mas a mente que domina o dispositivo móvel é que dirá como o artefato será usado e por qual motivo entrará em ação. Tudo tem haver com a velocidade do tempo de resposta a cada estímulo recebido, seja um professor de geografia a perguntar a capital do Nepal para os seus alunos, que podem acessar o celular para encontrar a cidade mítica de Katmandu ou um Oceanógrafo tendo que parar a sua palestra sobre as Fossas Marianas e o seu respectivo ponto mais profundo no abismo marinho devido aos sucessivos alarmes do smartphone de um empresário amante da vida marinha, mas que não pode deixar o trabalho de lado, já que a agencia de turismo em que trabalha está por receber uma nova proposta de um pacote de viagem para a Oceania e ele precisa estar antenado com todos os adicionais que existem nessa nova aventura turística.

Por certo que a NET móvel está entrelaçada ao nosso cotidiano como artérias no corpo humano, e que, não há como separar o que foi construído de forma desordenada, mas justa, ao perfil social que temos que exibir todos os dias em ambientes sociais os mais diversos e acabamos levando isso para dentro das salas de aula, por intenção da escola e do seu método de estudo ou pelos próprios estímulos sociais que acabamos por levar conosco para dentro da escola. Não ha como dissociar e pior, não há como regulamentar. Ou no vibra-call ou no modo silencioso, independentemente do modo em que o dispositivo móvel esteja, é a mente que acaba utilizando o celular, correta ou incorretamente, dentro do ambiente estudantil, nesse sentido, o celular é mocinho, vilão e vítima no mesmo local e cenário de atuação, sendo essencial, vital, desastroso e, incorretamente, réu de uma causa que ele mesmo não pode se defender.

Temos que criar meios de canalizar o uso dos dispositivos móveis dentro dos ambientes de ensino e em todos os locais de aprendizado que sejam necessários o acesso a internet, além de criar uma educação de berço em que o cidadão tenha normas de conduta para com a sociedade real e virtual, sim, sociedade virtual, de cidadãos que conhecemos bem, mas que nunca iremos conhecer pessoalmente, devido as distâncias geográficas, cotidianos os mais diversos e, essa ausência de parâmetros acaba por nos deixar refém do real e do virtual e esse é um dos motivos que mais tiram a atenção de alunos nos locais de ensino, querer que o virtual seja o real. 

O uso do celular não é o foco a ser combatido, a nossa socialização é que tem que ser repensada ou reconstruída, para que o real e o virtual possam ser, senão iguais, pelo menos paralelos como as linhas férreas, assim os debates a favor ou contra os dispositivos móveis deixarão de existir, pois essa norma de conduta estará inserida em nossas mentes, quando esse dia chegar, o celular terá, finalmente, o seu papel real em ambiente social, o de mecanismo de informação, como deveria ser, desde o princípio.

Mauro Veríssimo
Enviado por Mauro Veríssimo em 03/07/2021
Reeditado em 11/09/2022
Código do texto: T7292177
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