O empreendedorismo como fator de mobilidade social

No período conhecido como Alta Idade Média, a organização social rigidamente hierarquizada era definida como estamental. Ou seja, a situação econômica de um indivíduo e sua função na sociedade, já estariam definidos desde seu nascimento. Na contrapartida de tal modelo, a possibilidade de dinamismo na estrutura social, configura as relações da contemporaneidade, na qual o empreendedorismo mostrou-se uma alternativa de rompimento de padrões. Nesse sentido, pode-se inferir que a flexibilidade dos papéis sociais é influenciada pelo ato de empreender e que o mesmo ainda atravessa desafios.

Em primeiro plano, convém ressaltar que o povo brasileiro é popularmente conhecido por seu perfil criativo e original, o que o insere na categoria de habilidades empreendedoras. Ademais, por meio de uma comparação histórica, nota-se que a partir da década de 1980, houve um aumento significativo do número de microempresários, em razão de maiores oportunidades proporcionadas pela melhoria das condições financeiras de muitas famílias. Tal cenário demonstra o fomento à produção por parte das novas demandas de consumo e serviços, suscitadas pelas inovações tecnológicas e, sobretudo, pela globalização. Dessa forma, observa-se um rearranjo na conjuntura da sociedade, que se torna mais maleável.

Contudo, a infraestrutura necessária para iniciar um negócio ou para manter uma empresa, está excluída da realidade de muitos cidadãos, uma vez que o valor inacessível dos investimentos e a falta de garantia de sucesso, definem-se como desafios a serem superados. Aliada a esses obstáculos, encontra-se a falta de informação referente ao assunto, e as dificuldades burocráticas necessárias para gerir um estabelecimento. De acordo com dados apontados pelo Sebrae, por exemplo, a falta de planejamento prévio e a fraca gestão empresarial constituem-se como os principais motivos de desistência dos empreendedores. Ou seja, os impactos da desigualdade social ainda persistem.

Portanto, diante de uma conjuntura marcada pelos avanços sociais propiciados pela expansão do empreendedorismo, e pelos seus respectivos desafios em diversos âmbitos, é imprescindível que órgãos de consultoria, como o Sebrae, atuem em consonância com empresários já estabilizados no mercado, na busca por oferecer estímulos aos novos gestores, por meio de verbas e redes de comunicação. Assim, com o intuito de ofertar práticas e soluções por meio do empreendedorismo, será possível ampliar a rede de negócios e estender as oportunidades para as mais variadas camadas sociais.

Flora Fernweh
Enviado por Flora Fernweh em 22/07/2021
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