O ano em que o Bristol fechou

O ano em que o Bristol fechou

Todo porto -alegrense sabia: bons filmes era no Bristol. Ciclos inteiros de cults e muito cinema europeu fora do circuito comercial. Era bárbaro ir ao Brsitol nas noites de verão ou inverno. Eu ía sempre com algum amigo, de preferência, divertido. Não gostava de gente muito séria, metida à besta. Adorava debochar dos incautos e nisso eu era boa.

Adaptara-me rapidamente à vida em Porto Alegre. Parecia que tinha nascido e crescido aqui, mas os meus amigos eram do interior. Eu detestava os provincianos com ares de ana terra e capitão rodrigo eeu mesma estava mais para Maga, buscando seu Oliveira.

Os livros me acompanhavam onde eu ía. Amava ler E quando descobri o poder inebriante da maconha, comecei a escrever. Naquele ano, escrevi o Catarse ou Bruto de fusão e me desapaixonei do Airton. Ele não me merecia , mas me deixou o amor pelo jazz.

Ah, o som do trumpete, do saxofone, como eu gostava e gosto ainda hoje aos sessenta. Mas e, em que ano fechou o Brsitol? Acho que em 85. Quando eu passei um ano em Bagé e depois voltei em 86, o Bristol já não existia. Em 87, bem , em 87 os problemas começaram e só acabaram em 2005. Foram quase vinte anos de tortura com uma família disfuncional que até o meu dinheiro tomava. Mas. acabou e agora ficam lembranças que disputamos em nosso desamor.

No ano em que acabou o Bristol conheci o amor da minha vida. Estamos juntos até hoje e nada nem ninguém nos separará.

Magda L Carvalho
Enviado por Magda L Carvalho em 20/11/2021
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