Vaticano adere ao Acordo de Paris

Miguel Carqueija

 

A página de internet (recuso-me a utilizar o estrangeirismo idiota "site") da Canção Nova postou hoje uma notícia auspiciosa, isso numa época em que só aparecem quase más notícias, como a perseguição aos católicos na Nicarágua, dominada por uma ditadura de esquerda. Mas hoje vamos falar dessa novidade no empenho do Papa Francisco em favor da ecologia. A notícia a que me refiro abre assim:

 

"No dia da festa de São Francisco de Assis, que, além do nome, inspirou o Papa por seu compromisso com o cuidado da Casa Comum, o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, anunciou que a Santa Sé, em nome do Estado da Cidade do Vaticano, aderiu à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), adotada em 1992, e ao Acordo de Paris, assinado em 2015.

 

Segundo Parolin, “neste momento particular, marcado por conflitos cada vez mais preocupantes, que comprometem o multilateralismo, é necessário consolidar nossos esforços em prol da ecologia integral. Uma questão que, como as mudanças climáticas, corre o risco de ser ofuscada”."

 

Agora vejam o pronunciamento de outro cardeal:

 

"Um alarme também foi levantado pelo cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral: “A situação global é mais desesperadora do que há sete anos. Apesar do Acordo de Paris, a meta de aumento de temperatura de apenas 1,5°C é praticamente inatingível; o planeta já está 1,2°C mais quente. No entanto, muitos novos projetos de combustíveis fósseis estão sendo lançados de forma imprudente, contrariando o apelo da Agência Internacional de Energia “."

 

Não é de hoje que o grande Papa Francisco se interessa pelo assunto e de forma bem taxativa. Sua encíclica "Laudato si", de 2015, marcou época e se antecipou ao Acordo de Paris, inclusive, anos depois, chamou a atenção da ativista ambiental Greta Thunberg, então ainda menor de idade e que falou com Francisco no Vaticano em 2019, agradecendo a ele por "falar a verdade".

Quero encerrar este tópico com uma observação sobre o conceito de ecologia e de ambientalismo. Antigamente usava-se chamar este tipo de ideal, "conservacionismo". E os ativistas no assunto, "conservacionistas". Não sei porque esses termos caíram em desuso. Mas é evidente que conservacionismo faz parte do conservadorismo. Ecologia, ambientalismo são atividades e ideais de natureza conservadora, no caso trata-se de conservar a natureza viva (animais e plantas) e o meio ambiente.

É importante lembrar esse detalhe, pois a mídia faz a maior confusão nesse assunto, opondo "conservadores" e "progressistas" como se tais conceitos fossem excludentes, e semanticamente não são, de jeito nenhum, pois o contrário de conservar é destruir (nada a ver com progredir) e o contrário de progredir é regredir (nada e ver com conservar), sendo portanto inteiramente possível uma pessoa ser conservadora e progressista ao mesmo tempo. Além do mais essa turma que vive trombeteando aos quatro ventos ser progressista (inclusive certos partidos políticos) nada tem de progressista, são mas é esquerdistas, e a esquerda, longe de ser progressista, é retrógrada, obscurantista e reacionária. Inclusive na parte ambiental e ecológica! Basta ver como as ditaduras marxistas escondem os desastres naturais ou nem tanto, como se via na União Soviética ou agora mesmo quase não se fala no desastre ecológico da China no ano em curso.

 

Rio de Janeiro, 4 de outubro de 2022.