Reflexão sobre o Natal

 

REFLEXÃO SOBRE O NATAL

Miguel Carqueija

 

Cada vez mais estamos vendo o Natal ser desvirtuado. Ora, o Natal é a Natividade de Jesus Cristo. São seu grandes elementos: o Menino Jesus, Maria e José (a Sagrada Família) e a manjedoura; os animais do Presépio; os pastores, os Reis Magos, o anjo e a Estrela Guia.

Mas o que se vê no comércio e um pouco por toda a parte? O Papai Noel, uma figura que não existe e que excita a cobiça e o egoísmo das crianças. Elas são condicionadas a se comportarem bem em troca de presentes. Mesmo que na sua origem o personagem fictício apresente alguma ingenuidade, e uma remota origem cristã (o bispo São Nicolau, que distribuía presentes às crianças pobres) na prática essa origem já se perdeu no passado. São Nicolau era turco, portanto de um país quente, e o Papai Noel é da Lapônia, Noruega, ou do Polo Norte, usa um traje polar e se desloca em renas voadoras. Além disso ele passa pelo mundo inteiro numa única noite, coisa absolutamente impossível mesmo com poderes mágicos.

A Árvore de Natal tem seu simbolismo cristão, as guirlandas e luzes podem ser aceitas como simples enfeites, embora sejam despesas pesadas para a maior parte das pessoas. A ceia de Natal em família pode ser tolerada, mas no fim de contas degenera em comedoria e bebedeira, e as iguarias natalinas em geral fazem mal à saúde, podendo provocar indigestão e diarréia. Imagine a pessoa se entupindo o dia inteiro com tâmaras, ameixas, rabanadas, bolinhos de bacalhau, castanhas, frutas cristalizadas, nozes, amêndoas, avelãs, peru e chester e ainda tomando bebidas alcoólicas.

Como se tudo isso não bastasse agora vemos nas decorações ursos polares, esquilos e bonecos de neve, que nada têm a ver com a data.

Parece que existe uma verdadeira orquestração para anular o sentido cristão da festa, substituído por puro hedonismo.

Esquecem frequentemente que o Natal é Dia Santo de Guarda: para os católicos, dia de Missa preceitual.

Se não nos lembramos do Aniversariante sequer no seu aniversário, quando o faremos? O que vale o Natal, que sentido lhe resta, se lhe removermos a espiritualidade? Como naquele especial dos Flintstones, onde nenhum sentido místico nós encontramos? Quem assistiu sabe que o Fred Flintstone substitui o Papai Noel que havia tido algum impedimento (pelo pouco que me lembro desse desenho ridículo). E como poderia haver espiritualidade cristã se na pré-história Cristo não viera ainda ao mundo? Então, nisso tudo parece haver mesmo a intenção de excluir da comemoração natalina até a lembrança do Menino Jesus. E não duvido que muitas crianças hoje em dia nem saibam mais o que é o Presépio.

É preciso remar contra a corrente e resgatar o verdadeiro Espírito do Natal.

Rio de Janeiro, 24 de dezembro de 2022.

 

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