A realidade fantasiada pela artificialidade

A primeira impressão é a que permanece, na mente das pessoas, mesmo que de forma inconsciente. A apresentação pessoal é como um cartão de visitas, e a aparência física de cada pessoa é como o layout, o design deste cartão. É através deste fator que se inicia o julgamento de todas as pessoas a respeito das outras. Em detrimento a isto, as pessoas passam a valorizar mais sua aparência do que sua própria personalidade, o que realmente determina as características únicas de cada um. Hoje se prefere deter um bom padrão de beleza física a se ter uma personalidade que agrade a todos; o que é incoerente e desconexo considerando-se o convívio em sociedade e a importância das relações pessoais.

Uma antiga teoria que se pode aplicar eficazmente hoje é que as aparências enganam. Pode, aliás, ser ainda melhor utilizada devido aos recursos disponíveis atualmente para que as pessoas modifiquem aquilo que realmente são, fazendo-se parecer com o que muitas vezes destoa integralmente da realidade. As técnicas cirúrgicas, como plásticas, por exemplo, podem ser úteis em casos de anomalias biológicas ou modificações indesejáveis decorrentes de acidentes, como queimaduras; entretanto, são mais aplicadas em casos de vaidade e insatisfação momentânea com alguma parte do próprio corpo. Em alguns casos, as pessoas colocam em risco a própria saúde em detrimento do perfeccionismo idealizado de suas aparências físicas.

Este ambiente em desenvolvimento, ainda estimulado pelo consumismo e desejo de ascensão pessoal aplicados pela sociedade, está atingindo um nível de perceptível preocupação. As pessoas tendem a observar apenas os defeitos existentes em sua própria beleza, mas se esquecem de tudo belo e perfeito que tiveram a sorte de possuir. Há casos em que nem sequer a cirurgia pode resolver, mas casos graves de verdade, como paralisia, falta de membros ou até mesmo tumores em áreas de risco. Muitos reclamam de um nariz um pouco maior ou uma boca um pouco fina e esquecem-se do que realmente importa. Agem como modelos sem atenção suficiente na passarela e deixam de demonstrar como são realmente, as qualidades além da aparência; esquecem-se de viver como deveriam.

Deve-se alertar a si mesmo, policiando suas atitudes, para não se esquecer de ser aquilo que realmente é em razão do que a sociedade cobra de você. Deve-se tomar muito cuidado para não se deixar sumir atrás de uma imagem linda e estática, coberta de maquiagem e acessórios da moda.

Brunors
Enviado por Brunors em 31/12/2007
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