Deus, meu Pai, Todo Poderoso

Até aonde vai o poder de Deus? E até aonde vai (ou não) a nossa fé? Sabe que, quando menos se espera nós recebemos as respostas para esses e mais umas mil perguntas sobre “quem é Deus?”.

Aconteceu com o meu namorado em Dezembro de 2007. Quase ano novo, a família resolveu que iria até a catedral em Aparecida do Norte, para pedir um pouco de paz pro ano seguinte, um pouco de amor, e até quem sabe, contar a Deus os segredos que só contamos a Ele.

Pois bem. Saíram de casa, pegaram a estrada sentido Rio de Janeiro. Depois de algumas horas dentro de um Doblô, duas crianças pequenas, a mãe o pai, a irmã mais velha e meu namorado chegaram a catedral.

Engraçado. Diversas vezes estive lá e nunca, nem o calor, nem o cansaço, nem a provável fome se abatia sobre os milhares de fiéis que, por alguma coisa muito, muito, muito maior do que qualquer um de nós se encontrava naquele local. Os mais sensíveis, como eu, sentem a vibração daquela energia mística, divina no coração. É inclusive possível enxergar as ondas que se formam dos pedidos, carregadas de misericórdia, piedade, abnegação e humanismo. É possível ver o encontro das ondas humanas com as divinas subindo aos céus.

A família foi então para a missa, e, meu namorado nunca foi muito crente em Deus. Sempre lhe batia a dúvida. Afinal, por que acreditar? Por que meus pais falaram, por que eu acredito, por que é assim que funciona... O que é que eu tenho a ver com Deus?

Durante a missa, a família levou as coisas para benzer. O de sempre: a carteira de trabalho, a chave do carro, um terço. Meu namorado levou algumas das minhas cartas.

Em fim, a missa terminou, eles passearam mais um pouco e ficaram juntos nesse dia. Eu me pergunto porque não ficar juntos mais vezes? A final de contas, a família é o bem mais precioso de nossas vidas. Mas por uma razão ou outra essa família em especial, sempre acaba discutindo, ou sendo incompreensivos uns com os outros. Sabe Deus a razão. Pedi várias vezes em minhas orações para que o Pai lhes enviasse um sopro de paz naqueles corações. Ainda peço, todos os dias, a bênção por eles e o zelo divino.

Ao voltar para casa, o céu começou a escurecer, e pela frente viria uma chuva muito forte. Meu namorado me contou depois que pressentiu alguma coisa ruim para logo mais.

Então a chuva começou. Cada vez mais e mais forte até que começou a chover granizo e não se via mais nada por onde quer que se olhasse.

A pista estava extremamente molhada e escorregadia. Muito pior para um carro grande e pesado como o que eles estavam. Como não se podia ver nada, o carro começou a deslizar, muito, muito rapidamente, em uma velocidade alta, tanto que quase bateu em outros carros de um lado, e quase caiu em um barranco do outro.

Felizmente, o carro que estava correndo muito conseguiu parar, graças à direção hidráulica. Não fosse isso...

Já com o carro parado, o susto enorme e a sensação de alívio vieram à tona. Junto com as lágrimas. Aqueles poucos minutos, segundos talvez, não sei dizer, agora pareciam uma eternidade. Imagine como estar de cara com a morte. Toda a sua vida e os motivos pelos quais você não pode morrer agora passam bem na sua frente e então, tudo fica estático. Parado de repente.

Em fim a ajuda chegou, meu namorado desceu do carro com o padrasto para ajudar a empurrar depois que a chuva tinha passado.

Um pouco depois eu liguei e ele me contou a história, assim, por cima. Foi o bastante para que eu ficasse apavorada, mas profundamente agradecida a Deus.

Mais tarde, às onze da noite, eu consegui falar com ele por alguns minutos e ele retornou a ligação lá pela meia-noite.

Nesse meio tempo, eu me sentei na cama e orei. Agradeci tanto a Deus, tanto por não tê-lo levado de mim, nem ter levado qualquer um daquela família. Chorei ao imaginar o que podia ter acontecido se não fosse por Aquele que escreve certo por linhas tortas.

Conversei com ele, e ele me contou tudo outra vez. Disse-me que tinha nascido de novo e que agora ele vira que a fé fazia sentido. Eu acredito nele porque, encarar a morte de frente e por muito pouco se livrar dela, é nascer novamente para uma vida melhor pensada quanto aos nossos erros.

Deus nos ensina por meio de coisas assim. Ensina as lições de amor que seu maior filho veio, há quase 2008 anos atrás, nos dizer e que nos negamos a aprender tão freqüentemente. Uma das lições mais importantes do Pai é o amor à família. Dizem que família a gente não escolhe. Eu penso diferente. Eu acredito que a gente escolhe sim para poder aprender com aqueles com quem nos juntamos. Acredito também que a lei mais válida nesse mundo é a de amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a ti mesmo.

Eu espero que com essa lição, não só ele, nem a família dele, nem eu, mas também você que lê este texto agora, possa aprender a dar valor às pessoas que realmente importam na sua vida, por piores que às vezes elas possam ser, que são a sua família e seus amigos. Por isso agradeça ao Pai sempre, sempre, e se tiver vontade chore e conte a Ele tudo o que está acontecendo. Acredite, Ele jamais te julgará e saberá o motivo de cada erro seu além de lhe dar todas as chances que puder até que você aprenda.

É preciso nascer de novo a cada dia. E isso significa ser o melhor que você puder ser para você, para as pessoas que importam para você e para o Pai, que nunca, nunca vai deixar de lhe dar essa chance. A chance de nascer outra vez, a cada dia.

Carol Bohone
Enviado por Carol Bohone em 02/01/2008
Código do texto: T800549