A UTOPIA DA PAZ

Entoada nas canções, declamada nos poemas, discutida nos congressos pregada pelas religiões...A paz tem se mostrado impotente e surreal.

Lamentavelmente assim caminha a humanidade, usufruindo momentos de sossego quando há intervalo entre uma guerra e outra. E, como a violência envolve toda esfera da sociedade estes intervalos estão cada vez mais raros. As religiões, os partidos e os “ismos” se responsabilizam por não permitirem que esta paz apareça. Isso não sucede porque esses sistemas sejam violentos, mas, por que o homem que os rege--essencialmente violento e sedento de poder desenfreadamente age em “contra-mão” com o sonho(?)de uma humanidade pacífica chegando a contentar-se com um mundo menos agressivo.

Os seres humanos tornam-se a cada dia pacificamente violentos, sob pretextos absurdos e subterfúgios ridículos. Mata-se em nome da natureza humana, que se diz antrogênicamente violenta, em nome de Deus (ou seja, lá de que diabo for)...As desculpas variam e ninguém se assume.

A humanidade clama por paz, mas, os indivíduos, partículas formadora desse conjunto, não estão dispostos a exercita-la. Cada um em seu particular deseja que o outro faça a paz para ser assim beneficiado, porém não há pré-disposição para a reciprocidade.

A paz contemplativa, fácil de ser ouvida nos meios de comunicação, é ausente no dia-a-dia dos componentes dessa massa que a mídia alcança.

Vivemos como hipócritas a desejar a paz todo dia, todavia, não movemos um dedo para conseguí-la.

Precisamos de uma paz “tangível” que não está em alguém ou em algum órgão, mas, dentro de cada um de nós e, desesperadamente angustiadamente grita por oportunidades de manifestar-se (não na hipocrisia e cinismo que, como uma máscara, cobre a face do homem que, algemado pelo seu ego deformado e caprichoso, tenta, tenta,tenta... e até hoje não conseguiu vive-la na sua plenitude).

Esta paz real só irá implodir de dentro de nós quando tivermos coragem de vencer a nós mesmos; renunciando nossos caprichos, desejos e egoísmo, quando cada um de nós estiver disposto a ser incondicionalmente pacífico e agente dessa transformação que, mais do que nunca, mostra-se urgente e imperativa, aí então viveremos a paz ao invés de discuti-la.

Utopicamente falando, a paz espera o dia em que será desfrutada por todos, quando o caos que se originou com o big-bang será lembrado somente como uma explosão que deu início a esse episódio, e que nós –heróis deste espetáculo denominado vida, organizamos; a despeito de todos os fracassos e percas. Uma paz genuína vivenciada por todos, cara? Sim! Mas com “sabor” de verdade.

“Aqueles que se dizem amantes da paz deveriam acima de tudo praticar a paz”

BENSIROM

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Enviado por BENSIROM em 21/02/2008
Reeditado em 25/06/2010
Código do texto: T868437