Povo, Pátria e Poder

Quando cai um homem forte

tudo na volta enfraquece

a fortaleza perece

e os seus perdem o porte.

Não há poder que suporte

o que a queda proporciona:

o fraco se posiciona,

fortalecido, a grunhir.

A força empeça a ruir

e tudo se desmorona.

Quando cai um homem forte

seu exército se anula

porque o poder manipula

força pra outro consorte.

O poder zomba da morte,

ironiza da promessa.

Noutro nome recomeça

que se fortalece em breve.

Aquece sol sobre a neve,

trocando só uma peça.

Não existe homem forte,

também não há homem frágil.

Àquele que é mais ágil

o poder dá seu aporte.

Não é por questão de sorte

e nem por desigualdade.

É pela habilidade

de manipular a massa.

Bodoque vira vidraça

ante o balim da verdade.

Não existe homem forte

na milenar engrenagem.

Sempre há sol na estiagem,

pintando um novo recorte.

O País de sul a norte

tende sempre a esquecer.

Um dia vai compreender

que homem é transitório:

permanecem território,

povo, pátria e poder.

PAULO DE FREITAS MENDONÇA
Enviado por PAULO DE FREITAS MENDONÇA em 22/05/2011
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