Uma setilha para Camões

Camões, o grande Camões,
bem maior que os oceanos!
Dos poetas lusitanos,
penso cá, com meus botões:
foi maior que a poesia,
que a noite fez para o dia,
apesar de alguns senões.

Se Bocage já dizia:
o "modelo meu tu és"...
eu me curvo aos vossos pés,
e vos peço a alforria
pra um verso, em portuês,
que escrevi pra Inês
sem citar vossa autoria.

E também peço a vocês,
os menestréis do cordel,
que ponham no meu farnel,
que seja um quarto de rês,
pra repor as energias
pois viajo em poucos dias,
no mais tardar, em um mês.

Vou viajar na história
das grandes navegacões,
até Luís de Camões.
Refazer a trajetória
dos lusíadas, e mais:
tatuar seus ideais,
lá nos confins da memória.

E publicar nos anais
do parnaso nordestino,
os versos do dom divino
de Camões e seus iguais:
Bocage, Eça, Pessoa...
que a poesia inda ecoa
nos contextos culturais.

Peço à minha gente boa,
cordelistas de renome,
que não me deixe com fome,
na viagem pra Lisboa.
Ponham, que seja uma rima,
que eu ajeito lá por cima
do matulão da patroa.

E pra não sair do clima,
uma vez que Inês é morta,
e a poesia inda corta,
e não foge da esgrima...
Peço um buquê de menções
ao talento de Camões
pai da maior obra-prima.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 27/07/2020
Reeditado em 19/07/2023
Código do texto: T7018728
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