Kiss Experience - Kiss, São Paulo, 07/04/2009

Inesquecível foi a noite da banda mais quente do mundo. Show completo, tudo o que faz um bom show da banda estava presente. Simplesmente demais.

Tudo começou com o Dr. Sin, abrindo o show. Áudio meio baixo pra falar a verdade, mas eles fizeram mesmo assim uma boa apresentação. O fato é que todo mundo queria dispensar o aperitivo e devorar o prato principal.

Dali a pouco, após o término da banda de abertura, vê-se uma enorme bandeira preta, com o logotipo do KISS escrito em enorme letra prateada. A casa iria cair. Então, um som sintetizado surge, e detrás da cortina-bandeira o host Gene Simmons dá as boas-vindas com o bordão de sempre: "All right, São Paulo. You want the best, you got the best. The hottest band in the world, KISS!". Daí pra frente, só alegrias.

A cortina cai, fogos de artifício explodem e a banda engancha Deuce, tendo logo em sequência, Strutter. Duas belas canções, onde já é mostrado o que vem pela noite.

Depois de Got to Choose, segiu-se Hotter than Hell, onde Simmons, ao final da canção e com sirenes anunciando fogo, pega uma tocha e explode uma labareda pelo palco. Simplesmente demais. Adiante, seguiu-se uma ordem de músicas muito parecida com a do primeiro ao vivo da banda, o Alive (com exceção pra duas músicas, Firehouse e Rock Bottom).

Após She, o guitarrista Tommy Thayer deu uma apresentação à parte com o seu solo de guitarra, onde tocou a quinta Sinfonia de Beethoven e explodiu um rojão do headstock do instrumento que manuseava.

E no meio de 100.000 Years, foi a vez do baterista Eric Singer ter o seu momento. Foi incrível, toda a reciprocidade entre baterista e público, que batia palmas e acompanhava as batidas do Cat Man, que destruía consideravelmente com seu pedal duplo. Uma coisa interessante é que os graves do show estavam bem altos, o que fazia com que as porradas dos pedais fossem sentidas no peito. E olha que eu não estava no VIP. Em compensação, os vocais pareciam estar com o volume muito baixo. Mas enfim, que se dane, era tudo festa, e nós estávamos diante do KISS! Ainda dizendo sobre o batera, foi nesse momento que ele subiu pelo palco, saindo fumaça pelo cantos da base, assim como acontece na Black Diamond do Alive IV: Kiss Symphony. Veja no You Tube, vale a pena.

Antes da já citada Black Diamond, Paul Stanley brincou ao tocar os acordes de Stairway to Heaven, perguntando se o público queria aquela música. Ela foi negada, então o diamante negro tomou lugar no espetáculo. Que teve, na sequência, Rock and Roll all Nite, hino mais do que clássico da banda. Aquele que todo mundo conhece, canta, berra, pula, dança. Enfim, a música pode ser fraquinha (inclusive na versão original), mas ver os quatro mascarados tocando-a ao vivo, isso supera tudo.

Então, uma pausa. Luzes apagam. Seria esse o precoce fim da apresentação? Negativo, pra alegria do público que berrava o coro de I Love it Loud. Pouco tempo depois as luzes acendem de novo, o Starchil aparece segurando uma bandeira do Brasil, então eles posam para uma foto, com São Paulo atrás deles. Ainda Paul pergunta se o pessoal não quer mesmo ir pra casa, e obtém a resposta óbvia. Então, eles voltam pra parte 2 do show, agora só com grandes hits.

Antes de I Love it Loud, Simmons faz seu solo, com poucas luzes verdes fitando-o, enquanto ele faz sins bizarros com o baixo em formato de machado, cospe sangue e voa para cima, rumo a um palquinho que lá fora instalado. Olhando de onde eu estava, ele parecia mais um boneco de ação que tinha vida.

Então, lá pelas tantas, Paul (sempre ele) pede para que o público diga o nome dele. Então, após ser repetido, ele diz que na verdade quer é cantar estando no meio de nós, povo pagante. Love Gun se inicia, ele encaixa o salto plataforma numa tirolesa e vem pra um mini-palco montado perto das mesas de som. E canta a música.

A noite se encerra com Detroid Rock City, e um revellion fora de época. Tanto dentro do palco como fora dele, na parte de trás, fogos, explosões, tudo que enche os olhos de qualquer expectador e fã da banda.

Após esse orgasmo musical, todos saem do lugar entoando God Gave Rock and Roll to You, que tocava nos alto-falantes. Uma experiência única, inesquecível.

O show do KISS não é algo apenas para ser visto e ouvido. Vai além disso. Você sente, vibra, ri, se emociona. É completo. E mais visual, as estruturas, as pirotecnias, as roupas; tudo o que se esperar da banda. Após um recesso de 10 anos sem passar por terras brasileiras, vimos que o grupo ainda tem gás pra continuar sim. E mais energia que muitos outros cujos integrantes têm metade da idade dos integrantes mascarados.

Quem não pôde ir, perdeu um puta show. Que eu considero como sendo melhor que o Iron Maiden de dias atrás, e olha que eu gosto/conheço mais Iron que KISS. Mas não podemos negar, ambas as bandas são sensacionais. Mas esse show da turnê Alive 35 realmente se superou.

So let´s rock and roll all nite, and party every day!

Set List:

1. Deuce

2. Strutter

3. Got To Choose

4. Hotter Than Hell

5. Nothin’ To Lose

6. C’mon And Love Me

7. Parasite

8. She (solo de Tommy Thayer)

9. Watchin’ You

10. 100.000 Years (solo de Eric Singer)

11. Cold Gin

12. Let Me Go Rock And Roll

13. Black Diamond

14. Rock And Roll All Nite

Bis:

15. Shout It Out Loud

16. Lick It Up

17. I Love It Loud

18. I Was Made For Lovin’ You

19. Love Gun

20. Detroit Rock City

Line-Up:

Paul Stanley – Vocal e Guitarra

Gene Simmons – Vocal e Baixo

Tommy Thayer – Guitarra e Backing Vocal

Eric Singer – Bateria e Vocal