Resenha do Artigo: As impressões da América na visão de uma viajante: Flora Tristan e o Peru de Regina Simon Silva. Hispanismo 2004: Literatura Hispano-Americana.

Regina Simon da Silva possui graduação em Letras pela Universidade Federal do Espírito Santo (1987) , especialização em Lingua Espanhola pela Universidade Federal do Espírito Santo (1997) , mestrado em Letras Neolatinas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003) , doutorado em Letras Neolatinas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2008) , aperfeicoamento em Curso Para Profesores de Español Lengua Estranjera pela Universidad de Salamanca (1998) , aperfeicoamento em Máster en Enseñanza de Español pela Universidad Internacional Menendez Pelayo (2001) e aperfeicoamento em Máster en Enseñanza de Español pela Universidad Internacional Menendez Pelayo (2002) . Atualmente é Professora da Faculdade Pitágoras - Unidade Linhares e Professor da EEEM Emir de Macedo Gomes. Atuando principalmente nos seguintes temas: Literatura Hispano-Americana, Descobrimento, Memória, Utopia, Conquistadores e Alteridade.

No primeiro momento do artigo, Regina Simon, faz um balanço sobre a imagem da mulher no decorrer da História, para discorrer a respeito de Flora Tristán, que era de ascendência franco-espanhola e feminista peruana, que lutou pela libertação das mulheres durante o século XIX. Flora foi desprezada e repelida pela sua própria sociedade, pois não fora reconhecida em testamento após a morte do pai, não podendo apelar ao que era de direito no caso sua herança, tornando-a uma pária em seu país. Regina Simon, usou como base teórica, dois autores que escreveram sobre a construção da depreciação da imagem da mulher ao longo da História, mulheres que foram tidas como sexo frágil, inferiores, débeis e que viviam mantida numa estrutura patriarcal e machista.

Esses teóricos são Simone de Beauvoir e Jean Delumeau, ambos apresentam argumentos que contestam a construção dessa imagem. Estes autores abordam os principais pensadores que contribuíram para essa construção, que perpassam a Aristóteles da antiguidade clássica a medieval, e com escritores e doutores da igreja, tais com Tertuliano, Santo Ambrósio, Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino, a igreja é nesse momento um dos maiores veículos de expansão da misoginia.

A autora usa como base teórica essa visão para dialogar com livro de Flora Tristán, que devido à sua biografia - um pouco comentada no inicio da resenha - suportou humilhações e desprezo de sua própria pátria. Sendo vitima dessa má construção da visão da mulher.

Depois dessas apresentações, a autora discorre sobre a vida de Flora Tristán e a viagem que a mesma empreendeu pelo Peru.

Relata o sentimento de Flora como uma pária dentro e fora de seu país, o que acarretou na sua falta de compromisso com a sociedade peruana, levando sua impressão do outro - no caso as mulheres peruanas – como sendo sempre depreciativa e preconceituosa. Mas, também comenta que os costumes das mulheres de Lima são superiores aos dos homens limenhos, admirando a suposta independência dessas mulheres, que a seu ver, não sofriam violências.

Em certos momentos, a autora relata a visão de Flora Tristán da America pós- colonizada e do que a mesma pensa a respeito de uma solução para os problemas sociais gerados por essa colonização, esclarece que as impressões que Flora tem da América oscilam entre o desprezo e admiração pelas coisas que vê.

Conclui-se que, Flora estava impregnada dos conceitos europeus o que faz com que ela tome por atrasado os modelos da America pós-colonizada, mas sem dúvida, as impressões tida por ela, jamais serão apagadas.

Referências:

SILVA, Regina Simon. As impressões da América na visão de uma viajante: Flora Tristan e o Peru. Hispanismo 2004: Literatura Hispano-Americana.