MARIQUINHA - 7a. PARTE

O PRIMEIRO BEIJO

A noite passava recamando minh’alma de felicidade. Quando os galos já cantavam no albor da madrugada, Mariquinha se despedia de mim: _Toninho, não se esqueça desta noite e nunca pense em me deixar.

_ Seria mais fácil, Mariquinha, que o sol deixasse de alumiar do que eu esquecer-me de você. Quem me mostrou que existe um mundo maravilhoso, sem sertão e sem caça foi você... Como eu poderia esquecê-la?

Mariquinha olhou bem nos meus olhos, aproximou seu rosto do meu e... Um beijo estalou perante o crepúsculo matinal do novo dia. O nosso primeiro beijo! Os pássaros gorjeavam novamente, esvoaçando de galho em galho à cata de alimento. No pátio, ainda cheio de gente, as sanfonas foram silenciando, uma a uma repercutindo seus últimos acordes nos ecos das montanhas distantes. Silêncio! O povo se retira. Os namorados se despedem. Mariquinha com suas irmãs e sua mãe, volta para casa. Eu ainda fiquei ali, sozinho, como que petrificado com tudo que me acontecera, emocionado, mais feliz e mais confiante na vida.