A ética empresarial - Robert C. Solomon - republicação

A ética empresarial

Robert C. Solomon

Resenha crítica – Mauro Gouvêa – Prof. de Teoria Geral da Administração, Comércio Exterior, Comunicação Organizacional e Consultor em Gestão de Talentos

Solomon nos fala sobre a questão ética ao mesmo tempo em que nos faz um breve relato da história da atividade empresarial, atividade esta vista e condenada ao longo do tempo, por filósofos e religiosos como uma função menor, desenvolvida por homens inescrupulosos e, por conseguinte, “pequenos” de espírito.

As atividades empresariais sempre estiveram e estarão ligadas ao lucro e, numa visão maniqueísta, se alguém ganha é porquê alguém perdeu. Logo, os empresários ao longo do tempo mostram-se indivíduos mesquinhos, avarentos, exploradores entre outras coisas não publicáveis.

A consciência humana evoluiu bem como as atividades empresariais, o mundo já não é visto em preto e branco, bom e mau, céu e inferno. A dualidade fica por conta dos simplistas, dos místicos e dos fanáticos. A realidade é bem mais multifacetada. Mas, a essência da coisa permanece: o lucro é a razão de existir de uma empresa.

O que se questiona são os meios para se chegar ao fim. Aprendemos, mesmo que não pratiquemos nós mesmos, a cobrar “posturas éticas”, a esperar que aqueles que estão acima de nós olhem os pobres mortais e deles se condoam. Que para que ganhem não precisem nos passar para trás ou deixar “rastros de sangue” ao longo de sua jornada vitoriosa rumo ao lucro e ao sucesso.

Pois bem, a sociedade está vigilante, o mercado implacável com os aventureiros e usurários, a mídia denuncia e revela os descalabros dos piratas do capitalismo. Não há mais espaço para subir pisando em destroços.

As empresas estão imbuídas de responsabilidade social mesmo que por uma questão de sobrevivência. Nada mais hipócrita do que ser ético à força.

Ao mesmo tempo em que investem em ações sociais e comunitárias, subtraem da sociedade como um todo através da sonegação de impostos, salários aviltantes, poluição desenfreada, etc.

Ah! Como é fácil ser ético quando se apóia em efeitos pirotécnicos e midiáticos. Difícil é deixar de ser pirata e antes de ser um “empresário ético”, ser um ser humano completamente ético, não por força da sobrevivência própria, mas por dever de sobrevivência da espécie.