Resenha

PUIG, Josep Maria e TRILLA, Jaume . A Pedagogia do Ócio – Conceitos, História do Ócio.

Por: Natanael José dos Santos

Fazendo um analise da temática com seriedade, fatos narrados e notáveis em nosso cotidiano, os quais podem transcrever diante do comportamento social, político, econômico e cultural que produz uma relação complexa com a vida, com a humanidade.

A sociologia enquadrada como o estudo da vida através da sociedade dos grupos que funcionam como mudanças produtoras de um relacionamento que abrange o ciclo vital de cada indivíduo é o que nos leva a aventarmos questões pautadas no texto de Puig e Trilla, titulado Conceitos, História do ócio, o qual nos mostra as definições e as variações dos termos do Ócio e do Tempo Livre.

Essas acepções nos apresentam discordância a depender do ponto de vista de cada pessoa. E muitas vezes destacam-se socialmente entre estudiosos do fenômeno do Tempo livre e do Ócio que salientando o termo Ócio com o Tempo Livre sinalizamos que o Ócio não é sinônimo de Tempo Livre, mas o Tempo Livre é necessário para o ser humano, mesmo que no Tempo Livre o homem encontra situação proporcionada pelo Ócio você pode se apropriar de prazer, satisfação, descanso e diversão, sinalizando o ócio como a segunda nota particular das atividades que podemos realizar no Tempo Livre.

Fazendo uma reflexão da história do Tempo Livre e o trabalho do Ócio, tornando visível como algo encontrado ao longo da história humana, a sociedade sendo conhecedora do Tempo Livre percebe que hoje a essência não continua a mesma. Aconteceram complementações através do Ócio que modificou o Tempo Livre em um estado hereditário, mas com uma ótica histórica de cada temporada. Mesmo assim não virou empecilho na vida do ser humano entender que o Ócio e negócio fazem parte do dia-a-dia de cada indivíduo.

Retratando através da ótica do protestantismo e o puritanismo inglês, onde o trabalho é colocado como adversário do Ócio, um é o produtivo e o outro o improdutivo. O Ócio alocado como o que proporciona momentos de prazer é considerado um tempo a ser eliminado na vida de qualquer pessoa que tenha uma postura social que não seja decorosa, mesmo que ela venha sofrer por não ter o valor proporcionado pelo Ócio. O ser humano precisa do trabalho assim como precisa do Tempo Livre e dentro desse tempo encontramos os benefícios do Ócio, o qual revigora as energias do ser humano para enfrentar o mercado de trabalho competitivo dos dias atuais.

A uma diversidade de grupos sociais com ideologias diversificadas em épocas distintas e mesmo assim foi possível diferenciar o tempo dedicado a satisfação e a necessidades do tempo do trabalho e do Tempo Livre que cada ser humano deve investir em sua vida para proporcionar dias melhores, organizando o tempo de trabalho junto com o Tempo Livre, contribuindo assim para a formação e a realização de sua vida.

De acordo com Puig e Trilla, Marx afirma que o trabalho torna o ser humano livre, porque o mesmo humaniza, desenvolve o homem em todo seu tempo vital. Marx faz partido para o aumento do Tempo Livre, segundo o filosofo a recuperação das energias gastas e da força para o trabalho. A única preocupação fica com o capitalismo que coloca o Tempo Livre como desperdício, mas o Tempo Livre serve de baliza unindo com o trabalho para desenvolver as capacidades humanas, porém para muitos estudiosos, sociólogos, etc., ver como símbolo de elevado status social.

A sociologia do Ócio não deve ser confundida com outras disciplinas, porque a mesma estuda matérias que movimentam processos em vários segmentos socioculturais. O Tempo Livre e o Ócio foram definidos por Dumazedier como fundamentos de valores que transformam a vida cotidiana. Por ser o ócio um fator de mudanças e de evolução social que provoca transformações em vários setores da vida familiar, trabalhista, política, cultural e religiosa.

Examinando a sociologia do Ócio podemos perceber que a mesma em meados dos anos sessenta começa a enfraquecer caindo no pessimismo por passar muito tempo de espera da diminuição do tempo de trabalho. Foi o que durou para concluir a chamada civilização do Ócio. Por outro lado nesse mesmo período o campo industrial do Ócio prospera de modo especial os meios de comunicação de massa e os serviços de diversão e férias.

A dois aspectos críticos de grande importância na sociologia do Ócio. O desemprego que é alimentado por diversos fatores, os quais podem destacar a crise econômica, a liberação do trabalho, o progresso indefinido presente em todas as partes e a redução da quantidade de trabalho disponível.

Mesmo sendo uma questão difícil de ser resolvida por conta da informatização, robotização de muitos trabalhadores além de serem transferidos para outras empresas de certos serviços de produção e a mutação nos afastando cada vez mais do regime de trabalho de quarenta horas, tudo isso é representado por mudanças e possibilidades mesmo estando diante de vários perigos.

O segundo aspecto é o crescimento da perda de valores do trabalho que vem deixando a criatividade individual e coletiva por falta da realização humana. A escola é parte fundamental na questão educativa na formação para a vida já o Ócio é parte importante porque faz parte dessa vida que está presente na escola que é responsável pela formação de do todo, inclusive parte dessa formação seja um suporte para o Ócio futuro, onde o ser humano encontrará conhecimentos sobre a ciência humana.

A arte e o esporte um dos valores de ciências exatas e técnicas as quais modificaram os currículos escolares, lugar de origem para a educação e a escola se tornar chaves positivas que serão utilizadas no Tempo Livre. A criação e a ocupação do Tempo Livre como pano de fundo educativo são temas que marcaram o estado da sociologia do Ócio e os problemas sociais que deveriam ser solucionados futuramente. Para fugir dessa crise que vem ameaçando o futuro, priorizando a educação como uma ferramenta importante que trabalha com as incertas do Tempo Livre.

Habitamos em mundo, que o ter é mais importante que o ser. Com isso o homem está passando por um estado de desmatamento; e, esta não se trata de desmatar uma linda floresta esquecendo-se de um todo, alongando o seu lado espiritual – sentimental por um ideal capitalista crescente, mas também vazio que vem transformando as relações humanas que estão a todo instante nos abarrotando de conhecimentos tecnológicos que satisfazem um instante das vidas. Entretanto não estamos aprendendo o essencial que é aprender a viver com esta nova sociedade não se esquecendo da valorização do ser humano, a solidariedade como meio de interação diante dessa reflexão não viável ao Tempo Livre que é marcado pela a sociologia do ócio onde estão inseridos no cotidiano de cada cidadão. Mesmo sabendo que o cidadão sendo expulso do campo político, cada vez mais ele é dominado pelos espertos, e o domínio da nova classe que impede de fato a democratização do conhecimento. (p.112 ).

Essa possibilidade do indivíduo adquirir conhecimentos leva a perceber que o ócio é uma questão pessoal e não temporal. É definido para vivencia de cada sujeito, dando-lhes possibilidades de reconhecer o Ócio como algo fundamental e individual, que se alcança como resultado da expressão livre, criativa e satisfatória do sujeito.

Enfim, ainda temos que ser otimistas em acreditar que o Ócio é um conjunto de Ocupações onde o ser humano de maneira voluntária poderá se entregar, seja para descansar, divertir-se, desenvolver sua informação ou formação desinteressada e a sua participação social e voluntária depois de realizar seus compromissos profissionais, familiares e sociais. O tempo é o primeiro e imprescindível requisito do Ócio, como também o Tempo Livre é a condição necessária para entender que o tempo é fundamental para a manifestação do Ócio.

O indivíduo, para satisfazer “necessidades biológicas”, garante necessariamente “melhorias nas condições de vida”, deve procurar ter um relacionamento onde irá produzir os bens com a natureza e o meio social, com essa relação ele terá condição de assegurar a continuidade pessoal e social a qual chamamos de trabalho que tem o papel a cumprir com a função de sobrevivência tornando-se a primeira e principal ocupação do ser humano. Assim não deveremos considerar que todo o tempo de não trabalho é Tempo Livre, mesmo quando estamos destinados a obrigações para profissionais, familiares, religiosas ou políticas, porque o Tempo Livre é a parte do período que nos resta quando se subtrai o momento de trabalho da parte ocupada pelas citadas obrigações sociais. O Tempo Livre deve ficar na mão de cada um para decidir como vai usar esse tempo para satisfazer as necessidades ou cumprir obrigações e imposições.

Para concluir toda essa reflexão foi preciso analisar a distribuição do tempo e as qualidades desses espaços temporais, onde pode sintetizar que o Ócio consiste em viver com liberdade o Tempo Livre. O Ócio e o Tempo Livre é alvedrio pessoal e requer atitudes de cada indivíduo na decisão do que vai fazer durante seu Tempo Livre, ou seja, livre escolha e acessível realização das atividades, mas ao desfrutar dessas atividades pretende-se que as mesmas venham satisfaz-las as necessidades pessoais, mesmo quando realizadas em grupos. Entretanto, as atividades individuais ou coletivas como: o descanso, a distração ou diversão e o desenvolvimento, deverão ter certo cuidado com os adversários que são: o cansaço, o aborrecimento, a acomodação, etc., para que eles nunca venham interferir se tornando um grande desafio em outras parcelas do tempo humano.

O essencial é acreditar nos grupos das atividades do ócio, onde a primeira encontraremos atividades corporais – passeios, excursões e todo tipo de esporte. Quanto ao segundo é formado pelas as atividades práticas – bricolagem, jardinagem e os trabalhos manuais. O terceiro abraça as atividades culturais, incluindo as classes sociais, a elite a de massa, mas o que predomina é a televisão, o rádio, o cinema, a leitura, o teatro, a música e conferências. Quanto ao último grupo, encontramos as atividades sociais e coletivas, predominando as relações interpessoais: encontros em cafés, clubes, festas de amigos, praças e a vida familiar.

Enfim, ainda sou otimista em acreditar nos quatro grupos descritos no parágrafo anterior, que a importância das atividades não viaja por ser um veículo do Ócio, mas conduz a pessoa para uma formação pessoal e o desenvolvimento social. E assim essas atividades realizadas em situações do Ócio conduzirão um melhoramento pessoal e tornando-se fontes de transformações sociais. O essencial é acreditarmos que já existem portas a serem abertas, tais como a obra dos idealizadores sociólogos (PUIG, Josep Maria e TRILLA, Jaume. A Pedagogia do Ócio – Conceitos, História do Ócio).

Natan Santos
Enviado por Natan Santos em 08/08/2010
Código do texto: T2426495