EDUCAÇÃO, A REVOLUÇÃO NO TRABALHO

TUMOLO, Paulo Sergio. O trabalho na forma social do capital e o trabalho como princípio educativo: uma articulação possível? [S. L.]: Scielo, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v26n90/a11v2690.pdf>. Acesso em: 7 set. 2010.

Paulo Sergio Tumolo possui graduação em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, mestrado em Educação: História, Política, Sociedade pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e doutorado em Educação: História, Política, Sociedade pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atualmente é professor associado da Universidade Federal de Santa Catarina - Centro de Ciências da Educação e Programa de Pós-Graduação em Educação (mestrado e doutorado), linha de pesquisa Trabalho e Educação. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Trabalho e Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: capitalismo, trabalho, educação, sindicalismo e transformações no mundo do trabalho.

A presente obra trata do declínio no âmbito acadêmico, bem como do revigoramento que o trabalho como princípio educativo admitiu na segunda metade da década de 90, à medida que passou a se constituir como fundamento de propostas de educação inovadoras e progressistas, desenvolvidas por alguns movimentos sociais, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, e da Central Única dos Trabalhadores.

O autor busca o significado do trabalho no modo capitalista de produção, e se utiliza para isso das teorias desenvolvidas por Marx, sobretudo no seu livro O Capital, recorrendo a ele também para levantar questões referentes ao trabalho como princípio educativo.

Paulo Sergio Tumolo conclui seu texto indagando ao leitor se o trabalho poderia ser princípio de uma concepção de educação que pretende a libertação humana ou se ao contrário, o princípio educativo não poderia ser a crítica radical do trabalho, que resultaria numa crítica radical ao capital e ao capitalismo.

O texto do referido autor é rico em informações práticas acerca das teorias desenvolvidas por Marx utilizando trabalho e educação como ponto central. O autor é claro e sucinto nas suas ponderações a respeito do capital e em como ele contribui para a aglutinação do indivíduo em sociedade, não levando em consideração as suas singularidades. Levanta questões pertinentes como a contradição do trabalho no capitalismo, que ao mesmo tempo aprisiona o indivíduo e o quer livre para consumir. Não se pode deixar de citar também a referência que o autor faz ao teórico Gramsci, detentor de fabulosos textos de cunho marxista, entrelaçando também capitalismo e educação, na medida em que, para Gramsci, a escola possuiria um caráter amplo, e se tornaria agente de sua própria transformação, bem como da sociedade.

Recomenda-se a leitura do texto para os acadêmicos, bem como os profissionais familiarizados com a área de humanas.