O que é abuso sexual infantil?

Em termos gerais, consideram-se abuso sexual infantil toda conduta em que um menor é usado como objeto sexual por parte de um adulto. É uma experiência traumática,sendo considerada pela vitima como um atentado contra sua integridade física e psicológica.

A palavra “abuso” não é suficientemente hedionda para descrever o que alguns adultos fazem contra as crianças. Pode-se considerar “abuso sexual” uma expressão desagradável,mas,certamente não reflete a sordidez dos atos.Na realidade,alguns definem as conseqüências do abuso sexual infantil como “um tiro no aparelho psíquico das crianças “.

Perfil do abusador:

Embora seja difícil acreditar, as estatísticas internacionais apontam os pais biológicos como os principais responsáveis pelos abusos intra-familiares. Um estudo realizado em Buenos Aires,Argentina,entre 1989 e 1992,mostrou que os abusadores foram distribuídos assim:

42,5 % pais biológicos

23,7% parentes próximos

17,5% conhecidos não familiares

13,8% padrastos

Na maioria dos casos – 90 a 95%-, os abusadores são do sexo masculino. Devemos admitir que ignoramos a verdadeira magnitude do abuso praticado por mulheres,uma vez que é difícil desvendá-lo por meio das vítimas e é pouco registrado pelas estatísticas.

Características de personalidade associadas aos abusadores:

.Negação

.Excitação sexual com crianças

.Fantasias sexuais com crianças

.Distorções cognitivas para justificar ou autorizar intimidades sexuais (“Não causa dano. Se a criança faz tudo o que peço é porque ela gosta”)

.Relações sociais superficiais.

.Incapacidade de entrar em empatia com a vitima.

.Transtornos mentais associados:

Uso de drogas e depressão

Dilema das vitimas

Existe uma seqüência de comportamentos que se pode observar

Em crianças vitimas de abuso denominado “Síndrome de acomodação de acomodação ao abuso infantil”. Cinco padrões de conduta aparecem na seguinte ordem:

1. Segredo.

O segredo é uma das precondições para o abuso. O agressor precisa dele e não hesitará em ameaçar a vítima.Procura fazer com que ela acredite que a revelação dos fatos causará uma crise terrível e perigosa.Desse modo,a fonte de temor se transforma numa prisão de segurança:se ficar calada,tudo correrá bem.

2. Desproteção.

A lógica adulta espera que a criança resista ativamente ao abuso sexual. Caso contrário,as crianças costumam ficar paralisadas, ou se tratou de um pesadelo.Quando o abuso acontece em sua própria cama,a criança faz que está dormindo,muda de posição ou se cobre.A falta de autodefesa e o silencio não significam que a vitima aceita ou desfruta o contato sexual.Representam o mecanismo de defesa mais comum diante do trauma:crer que a

própria percepção dolorosa é improcedente ou negá-la completamente.

3. Acomodação.

Se o abuso se torna crônico, tem inicio a etapa em que a criança fica enredada, porque começam a funcionar os mecanismos de adaptação para se acomodar às demandas sexuais do adulto.

Terminada a situação do abuso, a vitima volta a “normalidade”,

dissociando de suas atividades normais o que experimentou durante a agressão. As crianças sentam-se caladas à mesa da família,retomam seus brinquedos e vão a escola.Para conseguir essa aparência de normalidade,entram em ação mecanismo de defesa que se caracterizam por manter as experiências traumáticas e os sentimentos associados a ela totalmente separados do restante dos hábitos diários,Todos esses mecanismos são considerados extremamente úteis para a sobrevivência na infância.No entanto,constituem grandes obstáculos para se conseguir a integração de personalidade adulta.

4. Revelação tardia,conflitiva e nada convincente.

Em geral, o segredo raramente vem à tona fora do grupo familiar,

pelo menos de forma espontânea. Muitas vezes essa revelação ocorre extemporaneamente,de modo conflitivo e nada convincente.Conseqüentemente,a versão tem pouco credito,

uma vez que criança desenvolve problema de personalidade.

5. Negação.

Com a raiva e o desespero que motivaram a confissão, ficam subjacentes sentimentos de culpa pelo fato de a vítima acusar um parente e por não cumprir a obrigação de manter a família unida. Isso faz com que as crianças se arrependam de ter revelado o segredo.

Indicadores

O principal indicador do abuso sexual é o relato feito pela criança. Sempre é importante crer na criança e em seu testemunho.Em estudos realizados,apenas 1 a 4% dos casos relatados por crianças são falsos.Na maioria dos casos,elas não inventam um abuso sexual.

Dependendo do estágio de experiência traumática que a criança enfrenta, os indicadores psicológicos têm características diferentes no inicio do abuso, é mais freqüente detectar sinais e sintomas relacionados com estresse pós-traumático, ao passo que, na fase crônica, se desenvolvem condutas associadas à síndrome de acomodação ao abuso reiterado.

O que fazer em caso de suspeita

A primeira coisa mais importante,como já afirmamos,é acreditar no relato da criança. Em muitas ocasiões em que os indícios são fortes,é necessário interromper o contato da vítima com o agressor durante certo tempo,para que se faça um avaliação

Sem pressões sobre o menor. Se a pessoa que detecta o abuso considera que a criança se acha em situação de alto risco e o adulto não tem elementos suficientes para intervir,deve-se procurar a justiça para informar e solicitar colaboração.Não é necessário de advogado nessa fase.Qualquer cidadão pode fazer essas denúncias.

Indicadores psicológicos específicos

.Atitude de submissão

.Conduta agressiva com tendência a exteriorizar o conflito.

.Comportamento pseudomaduro ou readaptado.

.Indícios de atividades sexuais.

.Jogos sexuais persistentes e inadequados com crianças da mesma idade, com brinquedos ou com seus próprios corpos, ou

conduta sexualmente agressiva para com os demais.

.Compreensão detalhada e imprópria para a idade sobre comportamentos sexuais (principalmente menores)

.Permanência prolongada na escola (chegar antes da hora e sair mais tarde), sem ausentismo.

.Má relação com os pais e dificuldades para desenvolver.

.Desconfiança, especialmente com pessoas importantes

.Falta de participação em atividades escolares e sociais

.Dificuldade de concentração nos estudos

.Brusca diminuição de rendimento escolar

.Temor exacerbado em relação a homens (nos casos em que a vitima é menina e o abusador, um homem)

.Conduta sedutora com homens (nos casos em que a vítima é menina e o agressor, homem)

.Fugas do lar

.Transtornos de sono

.Conduta regressiva

.Retraimento

.Depressão clinica

.Ideação suicida

Números da violência

Investigações feitas por organismos não governamentais mostram que 65 % das crianças de rua nas capitais dos países da America Latina se envolvem, de um modo ou outro, em exploração sexual.

Desses 15% sobrevivem de contatos sexuais remunerados e 50% se envolvem de alguma forma na exploração sexual, embora não de forma sistemática.

Segundo o UNICEF, na America Latina e no Caribe morrem 50 mil crianças anualmente por causas derivadas de abuso sexual.

Fonte da pesquisa: Quebrando o silencio

Casa editora- Marcos Blanco

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Resumo de texto retirado da internet
Enviado por FSantana em 28/03/2012
Reeditado em 21/05/2013
Código do texto: T3580888
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